Rios: o que são, partes, tipos, importância

Os rios são grandes reservatórios que contribuem para a sobrevivência da vida na Terra. Eles estão distribuídos de forma desigual pelo planeta, o que nos faz pensar na sua importância no cenário mundial, considerando que muitas sociedades percorrem quilômetros de distância para chegar até a água doce. Dessa forma, eles devem ser preservados, sendo imprescindíveis para a vida.

Leia também: O que são os rios voadores da Amazônia?

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Componentes dos rios

Para analisarmos um rio e seu aproveitamento, é necessário conhecermos suas partes a fim de identificarmos o uso desse rio. Os rios podem servir para várias atividades: lazer, consumo humano, transportes, abastecimento industrial, geração de energia, entre outras ações. Com isso, sabermos os componentes de um rio é fundamental para analisarmos a forma e o uso desse reservatório.

Veja os componentes de um rio e suas respectivas características.

  • Nascente (cabeceira): local onde o rio nasce, situado sempre em um ponto mais elevado do terreno.

  • Foz (desembocadura): ponto onde o rio termina, geralmente desaguando no mar, lago ou outro rio.

  • Curso: caminho que o rio percorre da nascente até a foz.

  • Leito (canal): faixa de terra, abaixo das áreas vizinhas, por onde o rio corre.

  • Margens: faixas de terra firme situadas em cada um dos lados do leito do rio.

Tipos de rios

Os rios podem ser classificados de várias formas, pelo tamanho em extensão territorial, pela vazão (quantidade água no curso do rio), ou mesmo pelo tipo de regime hídrico que os alimenta. Vamos analisar essas últimas características, pois a forma como o rio recebe suas águas é fundamental para entendermos de onde ele vem e para onde ele vai, além de ajudar na compreensão dos regimes hídricos e sua utilização enquanto recurso natural.

Quanto aos tipos de rios, podemos classificá-los assim:

  • Rios nivais: são abastecidos com o degelo da neve, principalmente nas altas altitudes.

  • Rios glaciais: são abastecidos pelas geleiras e calotas polares, por meio do derretimento natural do gelo, podendo ser encontrados em áreas de frio extremo, como nos polos do planeta.

  • Rios pluviais: são abastecidos com a água da chuva, sendo os mais comuns pelo mundo.

  • Rios perenes: são àqueles que nunca secam, que são permanentes mesmo na época da estiagem, como o rio São Francisco.

  • Rios intermitentes: são aqueles que secam na época da estiagem. São comuns em áreas semiáridas e áridas, como alguns rios do Nordeste brasileiro.

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Características dos rios

Para entendermos os rios e suas características, é necessário a noção da hierarquia fluvial. Ela ocorre de acordo com o tamanho do rio e sua contribuição na bacia hidrográfica em que ele se localiza. Dividimos a hierarquia fluvial em três ordens:

  • Primeira ordem: rios de nascente, com baixa vazão.

  • Segunda ordem: rios que se formam com a união de dois rios da primeira ordem.

  • Terceira ordem: rios que se formam com a união de rios da segunda ordem.

Em geral, rios de terceira ordem possuem um grande aproveitamento para as sociedades. Entre as características mais comuns, eis algumas:

  • Rios caudalosos: são extensos e com grande volume de água. Geralmente a bacia hidrográfica em que eles estão localizados leva seu nome, como o rio Amazonas.

  • Rios de planalto: são localizados em regiões com relevos acidentados e altitudes variadas. São ótimos para a geração de energia e instalação de usinas hidrelétricas, como o rio Paraná, no Sudeste brasileiro.

  • Rios de planície: seu curso localiza-se em áreas relativamente planas. São ideais para a prática de navegação e pesca, como o rio Araguaia, no Centro-Oeste do Brasil.

Importância da preservação dos rios

É impossível imaginarmos a vida sem água, pois o uso dela abarca o consumo humano e animal, o desenvolvimento de atividades agrícolas e industriais, a produção de energia, o lazer, enfim, são inúmeros benefícios. Com isso, percebemos que a água é o recurso natural mais importante que temos no planeta, sendo fundamental sua preservação.

Entretanto, de toda água disponível para o consumo no planeta, apenas 0,4% está facilmente acessível nos rios e lagos, sem contar a água em forma gasosa na atmosfera (nuvens) que gera precipitações (chuvas).

Esse gráfico mostra-nos, de forma simples, quão necessário é a preservação de rios e lagos mundo afora, pois a quantidade disponível para o consumo é ínfima se comparada ao todo. No entanto, cada vez mais os rios sofrem com a degradação antrópica, aquela que é causada pelo ser humano. As atividades humanas não sustentáveis causam um impacto bastante negativo na natureza, e os rios absorvem essa negatividade.

Lançamento de esgoto doméstico, de resíduos industriais sem o devido tratamento; desmatamento das matas ciliares que protegem os rios; geração de energia com base em combustíveis fosseis, causando chuva ácida, são alguns dos problemas que os rios recebem das sociedades humanas.

A falta de educação ambiental contribui para cenas como essa, de poluição fluvial.

A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, na década de 1980, o conceito de desenvolvimento sustentável, para impedir que ações, como as citadas, causem danos irreversíveis à natureza. Para o consumo de água, o desenvolvimento sustentável pode ser aplicado nas seguintes situações:

  • Coleta de água da chuva: pode-se construir sistemas que coletem a água da chuva para utilizá-la em atividades menos complexas, como descargas de banheiros, irrigação de jardins, manutenção da agricultura, entre outros.

  • Proteção dos aquíferos: os aquíferos são águas subterrâneas que se alimentam das águas que se infiltram no solo através de rochas porosas. Esses aquíferos são contaminados com uso de agrotóxicos na superfície, além dos esgotos despejados em locais inapropriados e lixões a céu aberto com o chorume, líquido que escorre da decomposição do lixo. Proteger os aquíferos é proteger o consumo de água potável em longo prazo e a renovação desse importante recurso natural.

  • Educação ambiental: a população deve ser estimulada a proteger o meio ambiente e tudo que está nele, desenvolvendo práticas sustentáveis para sobrevivermos em harmonia e sem desperdícios.

Principais rios do mundo

Mesmo sendo pouca a quantidade de água doce disponível para o consumo, apenas 0,4% do todo, a água está em constante renovação graças ao ciclo hidrológico. Esse ciclo permite que haja interação entre a quantidade de água nos rios e o consumo racional e sustentável, fazendo com que os grandes rios do mundo continuem com uma grande vazão.

Vejamos agora, por continentes, alguns dos principais rios do mundo.

Vale do rio Reno, na Alemanha.

  • Danúbio: segundo maior rio europeu em extensão territorial. É considerado o rio mais internacional da Europa, pois atravessa 10 países. Nasce na Alemanha e deságua no Mar Negro, correndo no sentido norte–sul.

  • Sena: rio francês, palco de lindas paisagens parisienses, sendo uma comunicação com o Canal da Mancha, sua foz. Nasce na cidade de Source-Seine, ao sul de Paris.

  • Volga: maior rio da Europa. Nasce na Rússia e deságua no Mar Cáspio, correndo no sentido norte–sul.

  • Ganges: rio sagrado localizado na Índia. Influencia a vida de, aproximadamente, 300 milhões de indianos, sendo importante tanto na alimentação quanto na religião (hinduísmo).

  • Yan-Tsé: maior rio da Ásia e terceiro maior rio do mundo, o Yan-Tsé nasce no planalto do Tibete e tem sua foz na China, correndo no sentido oeste–leste. Nele está localizada a maior usina hidrelétrica do mundo, a Usina de Três Gargantas.

  • Nilo: correndo no sentido sul–norte, ele é famoso pelas civilizações que se desenvolveram às suas margens, como os egípcios. Nasce nas montanhas do Sudão, desaguando no Mar Mediterrâneo. É o segundo maior rio do mundo em termos de vazão.

Principais rios do Brasil

O Brasil é o país que possui o maior potencial hídrico do planeta. Isso significa que temos a maior quantidade de rios, lagos e aquíferos do mundo disponível em nosso território, tornando o solo brasileiro estratégico quando o assunto é água. Estima-se que 12% da água doce disponível para o consumo estão no Brasil.

No entanto, apesar dessa quantidade significativa de recursos hídricos, a distribuição é desigual, concentrando-se 68% das águas brasileiras na região Norte, a região com a menor densidade demográfica do país. Isso se reflete em longas secas em algumas áreas brasileiras, como no Nordeste, e racionamento de água em grandes centros urbanos no período da estiagem, como no estado de São Paulo.

Vejamos, por regiões brasileiras, alguns dos mais importantes rios do Brasil:

  • Araguaia: é a fronteira natural entre Mato Grosso e Goiás, correndo no sentido sul–norte, passando por Tocantins e Pará. É considerado a praia dos goianos, pois, na época do inverno, sua vazão diminui, formando-se lindas praias no seu curso.

Pôr do sol no Rio Araguaia, em Goiás.

  • São Francisco: apesar de sua nascente estar localizada em Minas Gerais, na Serra da Canastra, o “velho Chico”, como é popularmente conhecido, é extremante importante para as regiões do sertão nordestino por ser um rio perene. Sua foz também é uma fronteira natural entre Sergipe e Alagoas.


  • Norte

  • Amazonas: considerado o maior rio do mundo em termos de vazão, o rio Amazonas nasce no Peru e é o mais importante do país devido a sua presença na Floresta Amazônica. Além disso, serve de transporte para a população ribeirinha devido à baixa quantidade de estradas naquela região. Correndo no sentido oeste–leste, sua foz está no estado do Pará, na cidade de Belém.


  • Sudeste e Sul

  • Paraná: considerado o segundo maior rio do Brasil, ele nasce no Mato Grosso do Sul e deságua no Rio da Prata, correndo no sentido norte–sul. Seu destaque vai para a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo. Essa usina alimenta grande parte dessas duas regiões brasileiras, consideradas as mais ricas do país.

Exercícios resolvidos sobre rios

Questão 1 – (PUC-SP) Observe com atenção o gráfico abaixo:

A DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS PELA SUPERFÍCIE DO GLOBO

A seguir, considerando também seus conhecimentos sobre a questão da água no planeta, assinale a alternativa que interpreta corretamente o gráfico.

a) Os estoques de água doce representam uma ínfima parcela do montante geral das águas no planeta e, além disso, sua distribuição é muito desigual.

b) Pelo gráfico, verifica-se que a maior parte do estoque de água doce está presente nos lagos naturais, o que facilita os processos de captação pelo ser humano, além do que torna quase dispensável o tratamento da água.

c) O gráfico mostra que os estoques de água doce no planeta são enormes em comparação ao total, sendo que o problema é que a maior parte desses estoques está congelada ou em ambientes subterrâneos.

d) O montante inexpressivo de águas subterrâneas no conjunto geral do ciclo da água demonstra que não vale a pena enfrentar os altos custos para sua extração, pois chegar-se-ia a resultados pouco vantajosos.

e) Na distribuição das águas no planeta, representam os maiores estoques de água na crosta terrestre, em ordem de grandeza: os oceanos, as geleiras, os lagos e as águas subterrâneas. O vapor de água na atmosfera representa a menor parte.

Resolução

Alternativa A. A distribuição de água no planeta é bastante desigual, com regiões bem abastecidas e outras vivendo sob racionamento de água, além de que a água doce no mundo não chega a 3% de toda a água existente no globo.

Questão 2 – (Fameca) Leia a tirinha de Dik Browne:

Os rios que possuem as características apontadas pelos personagens podem ser encontrados em locais

a) de clima tropical semiárido, como é o exemplo exclusivo o rio São Francisco, localizado no Brasil.

c) de clima temperado oceânico, típicos do Reino Unido em toda a sua extensão.

d) de climas equatorial e tropical, com regime pluvial que alimenta seus leitos.

e) de clima frio, devido à definição das quatro estações do ano.

Resolução

Alternativa B. Rios caudalosos possuem grande vazão o ano todo, e muitos dão nomes às bacias que os abrigam. Esses rios são encontrados com mais frequência em áreas onde o índice de precipitação é alto, como nas baixas latitudes, em áreas equatoriais e tropicais.

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