Nação é um termo utilizado para se referir a um grupo de pessoas ou habitantes que compartilha de uma mesma origem étnica, de um mesmo idioma e de costumes relativamente homogêneos, ou seja, semelhantes entre os seus pares. Além de apresentar todos esses aspectos, uma nação para ser considerada como tal precisa agregar um sentimento de pertença ao todo desse grupo, ou seja, é preciso haver uma vontade por parte dos indivíduos em formarem uma nação.
Para sustentar o andamento de uma nação, sob o ponto de vista cultural, os cidadãos adotam os mesmos costumes, os mesmos padrões morais que regem o que é certo e o que é errado, uma mesma religião e os mesmos hábitos sociais. Além disso, há sempre uma busca por uma coesão espacial ou geográfica, ou seja, uma constante procura para que os indivíduos de uma mesma nação se mantenham sempre próximos e unidos em um mesmo local.
Para garantir essa união, as diferentes nações buscam consolidar os seus territórios a fim de assegurar a sua posse e a sua soberania. Mas o que é território?
Território é um espaço delimitado e apropriado por relações de poder. O território político seria aquele em que há uma divisão estabelecida por direitos e legislações internacionalmente reconhecidas e que asseguram a autonomia e a soberania de um determinado povo. Assim, podemos dizer que um Estado (com “E” maiúsculo, diferente de estado, que corresponde a uma província), para se constituir, precisa estabelecer o seu território.
Dessa forma, podemos compreender que a grande maioria das nações – após o advento da modernidade e da difusão do modelo europeu de Estado por todo o mundo – passou a buscar a constituição fixa de seus respectivos países, que passariam a ser considerados como Estados Nacionais ou Estados-nações. Mas engana-se quem pensa que um Estado seja necessariamente detentor de um território em que se encontra apenas uma nação. Ao contrário, a maioria dos países agrega, em um mesmo território, várias nações, constituindo aquilo que se denomina por Estados multinacionais, a exemplo do Brasil.
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E é justamente esse descompasso entre Estado e Nação existente em diversos lugares que manifesta a maior parte dos inúmeros conflitos étnicos ou zonas de instabilidade política em todo o mundo. Um exemplo é a Espanha: esse país é composto por inúmeros troncos étnicos ou nações, algumas delas com fortes sentimentos separatistas, como os catalães e os bascos. Em outros casos, existem conflitos entre nações diferentes pela disputa de um mesmo território, como é o que acontece no conflito entre Israel e Palestina, que, é claro, transcende os valores nacionais e se estabelecem em razões geopolíticas.
Apesar de ser possível o estabelecimento de um Estado com múltiplas nações, existem aqueles que advogam a ideia de que um país deve ser mantido apenas por uma nação específica, ou seja, o Estado deve ser uma nação necessariamente. Esses são chamados de nacionalistas, que buscam garantir que uma nação seja sempre governada por um de seus membros, sempre a serviço de seus interesses específicos.