Relevo: o que é, tipos, agentes, no Brasil, resumo

O relevo corresponde ao modelado da superfície terrestre. Ele é formado a partir da atuação de fatores ou agentes exógenos (externos), responsáveis pelo intemperismo físico e químico-biológico e também pela erosão, e pelos agentes endógenos (internos), que dizem respeito às forças de soerguimento e rebaixamento de áreas, bem como vulcanismo e pressões magmáticas. As montanhas, planaltos, planícies e depressões são as principais formas de relevo que compõem a litosfera.

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o relevo

  • Relevo é o conjunto de formas da superfície terrestre.

  • O relevo é formado pela atuação de agentes endógenos ou internos, referentes à tectônica, e agentes exógenos ou externos, que causam o intemperismo físico e/ou químico-biológico, que podem, por sua vez, desencadear a erosão.

  • São formas de relevo: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

  • O relevo do Brasil foi categorizado por Aziz Ab’Sáber e Jurandyr Ross.

  • De acordo com Ab’Sáber, o Brasil é formado por um conjunto de planaltos e planícies.

  • Ross identificou um conjunto de 28 unidades de relevo no território brasileiro, que se dividem entre planaltos, planícies e depressões.

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O que é relevo?

O relevo é o conjunto de formas que são observadas na superfície terrestre. Em outras palavras, podemos dizer que o relevo corresponde às variadas feições da litosfera, camada mais externa do planeta, que são ocasionadas pela atuação de uma série de fatores combinados que modelam a superfície. Tais fatores podem ser tanto internos ao planeta, relacionados à tectônica de placas e às forças interiores da Terra, quanto externos, como é o caso dos ventos e da água. A área do conhecimento responsável pelo estudo das formas de relevo é a Geomorfologia.

Tipos de relevo

A partir da análise do modelado terrestre, é possível fazer a identificação de quatro formas principais. São elas: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

Constituem as maiores elevações da superfície terrestre, podendo atingir milhares de metros acima do nível do mar, caracterizadas ainda pelas encostas íngremes e pelos vales profundos formados entre uma encosta e outra. As montanhas e cadeias montanhosas (cordilheiras) são formadas pela ação de agentes endógenos, como o soerguimento de partes da crosta terrestre a partir do encontro de placas convergentes que formam o que chamamos de dobramentos.

Os dobramentos modernos constituem as feições mais novas e elevadas da litosfera atualmente, as quais sofreram pouca interferência dos processos erosivos. Como exemplo, podemos citar as cordilheiras dos Himalaias e dos Andes.

O Monte Everest, na Cordilheira do Himalaia, é um exemplo de montanha formada em uma região de dobramentos modernos.

Os planaltos são áreas elevadas compostas por feições planas ou onduladas onde predomina a ação dos processos erosivos, isto é, os agentes exógenos. Localizam-se acima dos 300 metros de altitude e são mais baixos do que as cadeias montanhosas. Caracterizam-se ainda por formas como chapadas e mesas, que possuem topo plano e escarpas íngremes nas laterais. É a forma de relevo predominante no território brasileiro. Para saber mais sobre essa forma de relevo, leia o texto: Planaltos.

Planaltos são áreas elevadas com relevo acidentado, apresentando feições aplainadas com escarpas íngremes que os separam das áreas mais rebaixadas.

Correspondem a áreas rebaixadas e de feições planas, formadas a partir de processos de deposição de sedimentos pela ação das águas de rios, lagos, mares e também de geleiras. Saiba mais sobre essa forma de relevo lendo: Planícies.

 As planícies são compostas por terrenos baixos e pouco acidentados.

As depressões são unidades de relevo caracterizadas por serem mais rebaixadas do que as áreas que a circundam, com terrenos planos ou levemente inclinados formados a partir de longos e intensos processos erosivos. São, portanto, superfícies bastante acidentadas. Quando as áreas rebaixadas estão situadas a altitudes menores que a do nível do mar, são chamadas de depressões absolutas. As depressões relativas situam-se em cotas altimétricas superiores à do nível do mar.

A depressão do Mar Morto é considerada a depressão absoluta mais profunda do mundo, com cotas que chegam a 400 metros abaixo do nível do mar.

Quais são os agentes do relevo?

Os agentes formadores do relevo são fatores que atuam diretamente na definição das formas que observamos na superfície terrestre. Eles podem ser divididos em dois grupos:


  • Agentes endógenos ou internos

Dizem respeito à estrutura interna do planeta e às forças que trabalham no soerguimento ou rebaixamento de áreas. Trata-se:

O tipo de rocha também influencia diretamente na formação do relevo, uma vez que pode ser mais ou menos resistente ao processo de erosão.


  • Agentes exógenos ou externos

Os fatores externos são aqueles que promovem o intemperismo tanto físico quanto químico-biológico das rochas, os quais, por sua vez, podem dar origem aos processos que caracterizam a erosão. São agentes exógenos:

  • águas das chuvas,
  • ventos,

  • mares,

  • rios,

  • geleiras (tanto quando se movimentam quanto no momento do degelo),

  • variações de temperatura e

  • a gravidade.

É importante notar que a ação antrópica acelera os processos de intemperismo e erosão, transformando, assim, a paisagem e as formas de relevo.


  • Videoaula sobre agentes modeladores do relevo


Relevo brasileiro

  • planaltos,
  • planícies,

  • depressões e

  • algumas serras e morros.

Existem duas classificações do relevo do território brasileiro que são bastante utilizadas quando vamos fazer o estudo desse tema. Uma delas é a do geógrafo Aziz Ab’Sáber, que foi feita durante a década de 1960. De acordo com essa divisão, duas formas de relevo são predominantes: os planaltos e as planícies. Estas se localizam na Região Norte, na região do Pantanal e por todo o litoral brasileiro. Os planaltos correspondem ao restante do território e são nomeados conforme a sua localização. Ao todo, Ab’Sáber identificou três planícies e sete planaltos, que são:

A compartimentação do relevo brasileiro foi também realizada pelo geógrafo e professor Jurandyr Ross, que levou em consideração o mapeamento via satélite da superfície do país feita no contexto do Projeto Radam Brasil entre os anos de 1970 e 1985. Publicada em 1995, a classificação de Ross é mais detalhada e indica a existência de:

  • 11 unidades planálticas, as quais estão divididas conforme o tipo de rocha do substrato;
  • 11 depressões;

  • 6 planícies.

Totalizam, assim, 28 unidades de relevo.

Mapa físico do território brasileiro produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Exercícios resolvidos sobre relevo

Questão 1 – (Enem)

As rochas são desagregadas e decompostas e os materiais resultantes de sua ação, tais como seixos, cascalhos, areias, siltes e argilas, são carregados e depois depositados, e, também, substâncias dissolvidas na água podem precipitar. Em virtude de sua atuação, quaisquer rochas, independentemente de suas características, podem ficar destacadas no relevo.

O texto refere-se à modelagem do relevo pelos processos naturais de:

A) magmatismo e fusão.

B) vulcanismo e erupção.

C) intemperismo e erosão.

D) tectonismo e subducção.

E) metamorfismo e recristalização.

Resolução

Alternativa C. O trecho acima descreve o processo de intemperismo seguido de erosão, que realiza inicialmente o desgaste químico da rocha e depois físico, o que pode resultar no seu destacamento, transporte e deposição.

Questão 2 – (Fuvest) Essa foto ilustra uma das formas do relevo brasileiro, que são as chapadas.

É correto afirmar que essa forma de relevo está:

A) distribuída pelas regiões Norte e Centro-Oeste, em terrenos cristalinos, geralmente moldados pela ação do vento.

C) concentrada no interior das regiões Sul e Sudeste e formou-se, na maior parte dos casos, a partir do intemperismo de rochas cristalinas.

D) restrita a trechos do litoral Norte-Nordeste, sendo resultante, sobretudo, da ação modeladora da chuva, em terrenos cristalinos.

E) presente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, tendo sua formação associada, principalmente, a processos erosivos em planaltos sedimentares.

Resolução

Alternativa E. As chapadas são formações encontradas comumente nos planaltos que formam o relevo das paisagens das regiões Centro-Oeste e Nordeste do território brasileiro, os quais possuem substrato constituído por rochas sedimentares modeladas pela ação de agentes como a água e os ventos.

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