Osíris: mitos, origem, significado do deus egípcio

Osíris foi um dos deuses mais cultuados no antigo Egito, era associado à fertilidade, à vida, à morte, à ressurreição e, em alguns períodos, ao ciclo das águas do Rio Nilo. Segundo a mitologia egípcia, Osíris sucedeu a seu avô, Rá, como faraó. Em uma trama de seu irmão, Set, Osíris foi assassinado e, com a ajuda de Ísis, foi ressuscitado e se tornou o rei do mundo dos mortos.

O culto a Osíris durou muito tempo, inclusive no período grego e romano, e, assim como toda a religião egípcia, os últimos registros de culto ao deus são dos séculos III e IV, quando o cristianismo começou a se popularizar no país.

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Osíris

  • Osíris foi um dos principais deuses da antiga religião egípcia, sendo cultuado por mais de dois mil anos.
  • Geralmente era representado com a cor verde e utilizando objetos e acessórios ligados aos faraós.
  • Era filho de Nut e de Geb, o céu e a Terra. Geb e Nut eram filhos de Rá.
  • Para os egípcios, Ísis enrolou as partes do corpo de Osíris em um tecido, sendo ele a primeira múmia do Egito.
  • Osíris é um dos principais deuses representados nos túmulos do antigo Egito, assim como seu filho, Hórus.
  • Hórus, após derrotar seu tio, Set, se tornou faraó.

Quem é Osíris?

Osíris foi um dos principais deuses da mitologia egípcia, sendo o deus associado à morte, ao pós-vida e à ressurreição. Em algumas épocas, também foi associado ao Rio Nilo e às suas cheias.

O culto a Osíris se iniciou no Baixo Egito, por volta de 2000 a.C., e, por volta de 1500 a.C., ele já era praticado em todo o Egito. Inicialmente Osíris era um deus ligado à fertilidade, mas, com o passar dos séculos, passou a ser mais associado aos mortos.

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Representação de Osíris

Comumente ele segura em uma das mãos o mangual e o cajado de pastor, símbolos do Baixo e do Alto Egito, associados aos agricultores e aos pastores respectivamente. Osíris, ainda, é representado com a coroa dupla, que também simboliza o Baixo e o Alto Egito, e era utilizada pelos faraós.

Simbologia de Osíris

A pintura localizada em uma parede da tumba do faraó Ramsés mostra Osíris, no trono, e seu filho, Hórus, o deus falcão.[1]

Osíris simboliza a vida e a morte no antigo Egito. Na mitologia egípcia, ele foi faraó em tempo muito antigo, quando existia paz e fartura no país. Ele acabou assassinado por seu irmão, Set; foi ressuscitado; e, depois, governou o reino dos mortos.

Depois de assassinar Osíris, Set se tornou o faraó do Egito, sendo um monarca injusto e cruel. Osíris concebeu postumamente Hórus, que, após se fortalecer, venceu o tio e se tornou faraó, restaurando a ordem cósmica e a paz no Egito. Dessa forma, o mito de Osíris também está ligado à monarquia, aos conflitos comuns nas suas sucessões e à luta do bem contra o mal.

O djed, antigo amuleto associado a Osíris, tem a aparência de uma coluna cervical humana.

Um amuleto do antigo Egito, chamado de djed, era associado a Osíris. É muito comum ser encontrado nas bandagens das múmias, assim como outros amuletos. Acredita-se que o djed tenha alguma relação com a coluna cervical humana, pela sua aparência e por ser colocado, muitas vezes, nas costas da múmia.

Saiba mais: Anúbis — deus egípcio que guiava os mortos ao além

Qual é o mito de Osíris?

O que é comum em todas as versões é que Set assassinou o irmão, esquartejou o seu corpo e distribuiu suas partes por diferentes regiões do Egito. O número de partes também varia bastante, de uma a várias dezenas.

Com a morte de Osíris, Set se tornou o monarca do país. Ísis, irmã-esposa de Osíris, passou a procurar seus pedaços pelo Egito, unindo as partes encontradas e dando a vida novamente a ele. Após a “ressurreição”, Osíris gerou com Ísis o filho Hórus, o deus falcão.

Hórus foi criado por Ísis em uma floresta de papiros para que seu tio não soubesse de sua existência. Quando adulto, Hórus desafiou Set, vencendo-o e se tornando o faraó. Iniciou-se então a uma época de fartura e paz para o país.

→ Tribunal de Osíris

Representação do Tribunal de Osíris no Livro dos Mortos.

Os antigos egípcios também acreditavam que, após a morte, seriam julgados no Tribunal de Osíris. Nesse julgamento o coração do morto seria colocado em um prato de uma balança, e, no outro prato, seria colocada a Pena da Verdade, a pena de Maat.

Se a pessoa, durante a vida, respeitou os deuses e realizou boas ações, seu coração seria mais leve do que a pena, e ela poderia continuar a sua existência no pós-vida. Caso o coração fosse mais pesado do que a pena, ele seria lançado para Sobeque, o deus crocodilo, que o devoraria, acabando com a existência dessa pessoa.

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História de Osíris

Para os egípcios, Rá foi o deus primordial, chamado também de Deus do Sol. Rá deu origem a quatro filhos, Shu, Geb (a Terra), Tefnet e Nut (céu). Da união de Geb e Nut, entre a Terra e o céu, nasceram Osíris, Set, Ísis e Néftis. Osíris sucedeu a Rá como faraó do Egito, e passou a governar com suas duas irmãs-esposas, Ísis e Néftis. Os egípcios acreditavam que Osíris, quando faraó, ensinou aos seres humanos a agricultura, a pecuária e entregou para eles as leis que deveriam ser seguidas.

Créditos da imagem

Fontes

BLANC, Claudio. O grande livro da mitologia egípcia. Editora Camelot, Teutônia, 2021.

SHAW, Garry J. Os mitos egípcios: um guia aos antigos deuses e lendas. Editora Vozes, São Paulo, 2023.

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