A glândula pineal se localiza, nos seres humanos, aproximadamente no centro do encéfalo. É uma estrutura pequena que apresenta o formato de pinha, daí o seu nome. A glândula pineal dos vertebrados atua no sistema fotoneuroendócrino, que permite que esses animais compreendam a ritmicidade da passagem do tempo. A glândula pineal é a responsável pela produção do hormônio melatonina.
Leia mais: Sistema endócrino — é um sistema complexo e constituído pelas glândulas endócrinas do nosso corpo
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Resumo sobre glândula pineal
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É uma pequena glândula localizada aproximadamente no centro do encéfalo.
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O hormônio que produz é a melatonina.
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A secreção de melatonina segue um ciclo diário.
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A melatonina, entre outros papéis, está relacionada com a promoção do sono.
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A melatonina é utilizada na clínica médica para tratar, por exemplo, distúrbios do sono.
Glândula pineal
A pineal, anteriormente chamada de epífise, é uma pequena glândula localizada próximo ao centro do encéfalo. Apresenta o formato cônico, seu diâmetro maior possui menos de 1 cm, e pesa cerca de 150 mg. A glândula pineal é revestida externamente pela meninge pia-máter, da qual saem septos que penetram na glândula e a dividem em lóbulos.
Dois tipos celulares predominam na glândula pineal, os pinealócitos e os astrócitos. Os pinealócitos correspondem a cerca de 95% das células da pineal e são as células responsáveis pela produção de melatonina e alguns peptídeos. Entre os pinealócitos, são encontrados os astrócitos.
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A glândula pineal responde a estímulos luminosos recebidos pelos nossos olhos, mais precisamente pela retina, e transmitidos até o córtex cerebral. Do córtex, os estímulos são retransmitidos à glândula pineal por meio de nervos pertencentes ao sistema simpático.
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Videoaula sobre glândulas
Função da glândula pineal
A glândula pineal é conhecida desde a Antiguidade. Até o século XIX, os estudos a respeito dela eram feitos principalmente por filósofos, sendo ela relacionada com funções metafísicas e misteriosas. Atualmente, sabe-se que a glândula pineal está relacionada com a síntese de melatonina e atua como marca-passo do ritmo circadiano (ciclo de 24 horas). A glândula é reconhecida como um dos principais componentes do chamado sistema do relógio biológico.
Em algumas espécies animais, a glândula pineal atua no controle da fertilidade sazonal. Apesar de o mecanismo não ser completamente conhecido, sabe-se que a melatonina e outras substâncias produzidas pela pineal caem na corrente sanguínea e atingem a hipófise, diminuindo a liberação do hormônio gonadotrópico.
A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal e sintetizado da serotonina em uma sequência de reações. Esse hormônio apresenta pico de produção durante a noite, e sua secreção é feita na corrente sanguínea imediatamente após a síntese. A melatonina, portanto, não é estocada.
O início da secreção ocorre cerca de duas horas antes do horário habitual de dormir, sendo que a produção diária do hormônio obedece a uma produção rítmica sincronizada com o ciclo de iluminação do ambiente. A produção do hormônio é suprimida pela interrupção do escuro por luz artificial, sendo que a luz no ambiente à noite pode bloquear completamente a síntese da melatonina.
Diferentemente de outros hormônios, a melatonina não está relacionada com mecanismos de retroalimentação. Sendo assim, a sua concentração no plasma não regula a produção do hormônio.
Atualmente, várias funções são descritas para a melatonina, tais como imunomodulação, ação anti-inflamatória, antitumoral, antioxidante e reguladora do ritmo circadiano. O aumento noturno nos níveis desse hormônio nos seres humanos apresenta grande influência na promoção do sono.
Vale salientar, no entanto, que a melatonina é produzida seguindo os mesmos padrões de secreção tanto em animais noturnos quanto em diurnos, portanto, não devemos considerá-la o hormônio do sono e sim o hormônio da escuridão, que informa se é dia ou noite. A melatonina também apresenta papel na regulação do balanço energético.
O uso médico da melatonina é conhecido para o tratamento de problemas como distúrbios do sono e doenças neurológicas e degenerativas que causam distúrbios no sono e no ritmo biológico. Também é usada em situações de jet-lag, ou seja, quando há uma alteração repentina no ciclo circadiano. O jet-lag pode ser observado quando uma pessoa viaja para uma região de diferente fuso horário.