Descrição: o que é, características, exemplo

A descrição é um tipo textual que tem como objetivo expor, detalhar e especificar as características (de uma pessoa, de um objeto, de uma situação etc.) a fim de construir no leitor uma espécie de imagem mental. Ela é comumente encontrada em textos narrativos, científicos ou mesmo informativos devido a sua capacidade ampla de tratar de uma diversidade de elementos.

Leia também: Narração — tipologia textual que objetiva contar uma história

Tópicos deste artigo

Resumo sobre descrição

  • A descrição é o mesmo que detalhar ou especificar algo. Ela é capaz de propiciar uma imagem mental que caracteriza um objeto, uma pessoa, uma ideia ou outro elemento.

  • Há dois tipos: descrição objetiva e descrição subjetiva. A primeira traz os elementos com base na realidade, sem interferência do autor. Já a segunda traz elementos subjetivos, evidenciando o ponto de vista do autor por meio de adjetivos de juízo de valor.

  • As características da descrição são: o uso de adjetivos, locuções adjetivas e orações substantivas adjetivas; a predominância de tempos verbais no pretérito; o emprego de orações coordenadas justapostas; e a enumeração de elementos e a comparação entre eles.

  • Para fazer uma boa descrição, é preciso definir o objeto a ser descrito, escolher o tipo de descrição e adequá-la ao gênero textual escolhido.

Videoaula sobre descrição

O que é descrição?

A descrição pode ser entendida como ação de detalhar, especificar ou tornar visível as características de alguém ou de alguma coisa. Pode ser oral, escrita ou imagética, isto é, ela se faz presente em diversas formas com que a linguagem se manifesta.

Em outros termos, a descrição é entendida, em linguística, como uma tipologia textual que, segundo o linguista Marcuschi, é definida como uma “sequência subjacente ao texto” em que se expõe as características e propriedades de um objeto, pessoa ou ação, isto é, descreve algo/alguém.

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Quais são os tipos de descrição?

Há dois tipos de descrição: subjetiva e objetiva.

  • Descrição subjetiva: é aquela em que o autor traz sua opinião, tornando-a parcial. Uma das marcas mais evidentes desse tipo de descrição é a presença de diversos adjetivos.

Leia também: Texto literário — as características que tornam esse texto tão diferente dos demais

Quais são as características e estrutura da descrição?

A descrição é um elemento que pode ser facilmente encontrado em uma diversidade de textos, tais como notícias, cartas e contos. Sendo assim, ela apresenta certa variabilidade em sua composição. No entanto, é possível encontrarmos alguns elementos em comum, tais como:

Estruturalmente, a descrição compreende duas etapas:

1) a apresentação do elemento a ser descrito (objeto, pessoa ou outro); e

2) a descrição do elemento escolhido.

Como mencionado, por estar presente em diversas modalidades de textos, é possível encontrarmos elementos descritivos compartilhando espaço com narrativas, injunções e outras tipologias textuais.

Como fazer uma descrição?

Para fazer uma descrição, é fundamental ter definido o que será descrito e, se necessário, pesquisar e ficar a par dos detalhes e elementos essenciais que comporão a descrição. Além disso, o autor precisa definir, de acordo com o gênero escolhido, qual tipo de descrição ele abordará: objetiva ou subjetiva.

Exemplo de descrição

Lição sobre a água

Este líquido é água.

Quando pura

é inodora, insípida e incolor.

Reduzida a vapor,

sob tensão e a alta temperatura,

move os êmbolos das máquinas que, por isso,

se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.

Embora com excepções mas de um modo geral,

dissolve tudo bem, bases e sais.

Congela a zero graus centesimais

e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,

sob um luar gomoso e branco de camélia,

apareceu a boiar o cadáver de Ofélia

com um nenúfar na mão.|1|

O poema acima é uma interessante obra em que se tem a presença da descrição. Em primeiro lugar, o eu lírico descreve a água de acordo com suas propriedades químicas: “inodora”, “insípida”, “incolor”, “funciona como bom dissolvente” etc. Em um segundo momento, ele relaciona a água com a morte da personagem shakespeariana Ofélia, conferindo-lhe um novo significado. Pode-se dizer que, numa primeira ordem, temos uma descrição mais objetiva da água e, depois, preza-se pela subjetividade e a relação da água com a pureza e a condição da personagem Ofélia.

Nota

|1| GEDEÃO, Antonio. Obra completa. 2ª ed. Relógio d’Água: Lisboa, 2007.

 

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