Dormir com o cabelo molhado é um hábito comum, especialmente após um dia cansativo quando a última coisa que queremos é esperar que ele seque antes de ir para a cama.
Contudo, esse comportamento rotineiro é cercado por uma variedade de opiniões e crenças.
Alguns argumentam que pode danificar o cabelo ou até mesmo afetar a saúde imunológica, enquanto outros veem isso como uma questão de conveniência sem consequências graves. Veja o que a ciência afirma sobre isso a seguir.
Por que é ruim dormir com o cabelo molhado?
Dormir com o cabelo molhado provavelmente vai deixá-lo com frio, mas isso não aumenta o risco de contrair resfriados. Pesquisadores ingleses concluíram que o frio por si só não é um fator de risco, mas pode intensificar sintomas se o vírus já estiver presente.
Resfriados são causados por vírus, principalmente rinovírus, e são transmitidos por gotículas no ar ou contato com superfícies contaminadas.
Porém, existem outros pontos de atenção que devem ser considerados por quem tem o hábito de não secar as madeixas antes de ir para a cama:
Aumento da sensibilidade do cabelo
Manter o cabelo molhado por períodos prolongados pode levar a um aumento da sensibilidade capilar. Isso ocorre devido à propriedade higroscópica dos fios, que absorvem umidade do ambiente, fazendo com que a água penetre na cutícula e a expanda.
Esse fenômeno faz com que as proteínas e outros componentes estruturais dos fios percam sua compactação natural, tornando-os mais vulneráveis a danos e perda.
Estudos exploram essas alterações estruturais, como a formação de “Bubble Hair”, e destacam a importância de manter o cabelo protegido da umidade excessiva.
Aumento da porosidade da superfície capilar
A porosidade capilar é diretamente afetada pela sensibilidade aumentada do cabelo. Fios que permanecem molhados por muito tempo tendem a se tornar mais porosos, o que significa que eles absorvem e perdem umidade rapidamente, levando a um ciclo de danos que enfraquece a estrutura capilar.
Esse enfraquecimento é uma das principais causas de queda de cabelo, como discutido no estudo publicado no Journal of Investigative Dermatology, que examina as diversas condições do couro cabeludo e sua relação com a saúde capilar.
Inflamação do couro cabeludo devido à umidade
A inflamação do couro cabeludo é outro problema que não deve ser ignorado, pois pode afetar a saúde geral do cabelo.
Uma pesquisa de 2012 investiga a microbiota fúngica do couro cabeludo e como a umidade pode alterar o equilíbrio, potencialmente levando a condições como caspa e dermatite seborreica, que estão intimamente relacionadas à inflamação.
A umidade é um fator agravante para a caspa, pois altera o ciclo de vida do fungo Malassezia, que se alimenta dos óleos graxos dos folículos capilares e é responsável pela renovação celular dos fios.
Nesse sentido, a presença de água pode acelerar sua reprodução, aumentando a renovação celular e, consequentemente, a formação de caspa.
Emaranhados e nós no cabelo
Dormir com o cabelo molhado pode levar a emaranhados e nós, pois a evaporação da água durante a noite causa contração e torção dos fios.
Além disso, uma investigação de 2015 indicou que estender as fibras do cabelo de 30 a 70% de seu comprimento pode danificá-las, o que pode ocorrer durante o sono.
Essa fricção intensa é nociva, levando especialistas a recomendarem evitar secar o cabelo esfregando com uma toalha.
Dores de cabeça
Os inconvenientes de dormir com o cabelo molhado não se limitam apenas à saúde capilar, mas também podem afetar o bem-estar geral. Por exemplo, pode causar dores de cabeça intensas, enxaquecas ou desconforto muscular.
Uma pesquisa publicada na PubMed explora a possibilidade de que o cabelo molhado em climas frios possa causar dor de cabeça sinusal e dor ocular posterior, destacando a importância de manter os fios secos para minimizar estes riscos.
A investigação sugere que o sistema de resfriamento cerebral seletivo pode ser afetado pelo cabelo molhado, potencialmente causando desconforto e dor.
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