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Pau-brasil: história, origem do nome, exploração

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Características

O pau-brasil é uma árvore típica da Mata Atlântica (Paubrasilia echinata) e que no século XVI era conhecida pelos índios tupis de ibirapitanga. É uma árvore que pode alcançar até 15 metros e possui galhos com espinhos.

A árvore ganhou importância para os portugueses por conta da sua madeira, que poderia ser utilizada na construção de inúmeros objetos (como móveis e caixas), mas, principalmente, porque a resina da madeira era utilizada para produzir corante utilizado para tingir tecidos.

Os historiadores apontam que na Europa medieval já se conhecia uma árvore semelhante ao pau-brasil. Essa, porém, era originária da Ásia, e é conhecida como Biancaea sappan. Os registros apontam que a madeira e o corante dessa árvore eram conhecidos por nomes como “brecilis” e “brezil”. Esse corante era utilizado para tingir tecidos na Europa, e esse nome circulava em diversas partes do continente, já nos séculos XII e XIII.



O forte tom avermelhado extraído da resina presente no pau-brasil era utilizado para tingir tecidos na Europa.

Com a chegada dos portugueses ao Brasil, a árvore foi enxergada como mercadoria potencial para ser revendida na Europa e, assim, sua exploração foi logo iniciada. A primeira pessoa que recebeu o direito de explorar o pau-brasil, segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, foi Fernão de Loronha, em 1501|1|.

Fernão de Loronha (ou Noronha) ganhou direito de exploração do território, em 1501, e, logo depois, recebeu a ilha de São João (atual Fernando de Noronha) como capitania. Fernão de Loronha, então, obteve o direito de explorar o pau-brasil e, por isso, foi proibido de importar a variedade asiática da árvore brasileira.

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Origem do nome

O nome do pau-brasil é alvo de muita especulação e de debate entre os historiadores. O consenso atualmente é que o termo “brasil” fazia referência à resina encontrada na madeira que possui tom avermelhado. As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling sugerem que o termo “brasil” e todas as suas variações são oriundas do termo latino “brasilia”, que significava “cor de brasa” ou “vermelho”|3|.

Outra questão importante a respeito da nomenclatura do pau-brasil é que, até mesmo no tupi, o nome utilizado pelos nativos para se referir à árvore fazia menção à cor presente na madeira. O termo “ibirapitanga” significa “árvore vermelha”.

Contexto histórico

A chegada dos portugueses ao Brasil deu início ao processo de exploração das terras. Esse processo só se tornou um processo colonizatório na década de 1530, quando foi implantado o sistema de capitanias hereditárias. Antes da implantação do sistema de capitanias, a presença dos portugueses era exclusivamente litorânea por meio de feitorias.

Como era a feita a exploração do pau-brasil?

As feitorias portuguesas eram basicamente locais nos quais os portugueses armazenavam toda a madeira extraída. As feitorias eram cercadas por uma paliçada de madeira que os resguardava de possíveis ataques de povos indígenas hostis e de estrangeiros que, nesse caso, eram os franceses os grandes concorrentes dos portugueses na exploração do pau-brasil.

Isso porque as árvores de pau-brasil não ficavam amontoadas umas próximas às outras, mas eram espalhadas pela floresta e, assim, o conhecimento do território pelos indígenas os possibilitava localizar as árvores com mais facilidade. A relação de trabalho era pelo escambo. Os índios extraíam e levavam as toras para as feitorias, e os portugueses retribuíam pagando-lhes com facas, canivetes, espelhos e outros objetos do tipo.

A necessidade de construção das feitorias foi explicada pelo historiador Jorge Couto que afirmou que as feitorias foram construídas, porque na expedição de Gonçalo Coelho pela costa brasileira, em 1501-1502, os portugueses perceberam que o trabalho de extração da madeira enquanto as naus estavam ancoradas no litoral brasileiro era muito caro e, por isso, foi proposta a construção de feitorias que armazenariam a madeira extraída para que, de tempos em tempos, uma nau viesse recolher as toras|4|.

As boas relações com os indígenas eram uma condição essencial para o sucesso da feitoria, uma vez que era por meio do trabalho deles que a extração da madeira era realizada. A fortificação da feitoria ou sua construção próxima a um forte era também essencial, pois garantia a segurança dessa feitoria.

Isso porque, além dos povos indígenas hostis, os portugueses lidavam com os franceses que, nos primeiros anos do século XVI, invadiram as terras portuguesas (segundo o Tratado de Tordesilhas) para negociar com os indígenas e contrabandear pau-brasil para a Europa. Um exemplo foi a expedição de Paulmier de Gonneville que veio para cá em 1503 para tentar explorar o pau-brasil.

Consequências da exploração



A intensa exploração do pau-brasil quase levou a árvore à extinção e, ainda hoje, ela é considerada uma espécie ameaçada.

Essa atividade, porém, aconteceu em proporção tão intensa que foi responsável pela quase extinção do pau-brasil, já que milhões de árvores foram derrubadas. A extração da madeira seguiu sendo realizada até meados do século XIX, e a recuperação da quantidade de árvores na natureza somente aconteceu na segunda metade do século XX.

|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 32.

|2| Idem, p. 32.

|3| Idem, p. 32.

|4| COUTO, Jorge. A gênese do Brasil. In.: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta: A experiência brasileira. São Paulo: Editora Senac, 1999, p. 57-58.

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