Se tornou bastante comum a utilização de alimentos transgênicos em nossa alimentação. Alguns produtos são produzidos com uma grande eficiência e conseguimos quase que 100% de aproveitamento graças a processos de transgenia, o debate sobre a segurança desses produtos ainda é muito grande e está longe de uma conclusão. Mas a verdade é que transgênicos estão mais presentes em nossas vidas do que imaginamos.
Transgênico é um organismo vivo modificado geneticamente.
Transgenia é a ciência que realiza alteração genética em organismos vivos. Nela é feita a retirada de genes específicos de uma ser vivo e inserido em outro, que pode ser de uma espécie diferente. O objetivo dessa técnica é inserir características consideradas algum tipo de benefício de uma espécie em outra. Em geral é usada na agricultura e na área da saúde.
Em geral, naturalmente, espécies diferentes não se cruzam. Já com essa técnica, o cruzamento entre espécies diferentes é eficaz e estável, o que permite carregar essas modificações genéticas para as gerações futuras, ou impedir a planta nova de gerar sementes, por exemplo, e pode gerar benefícios variados para a espécie modificada.
Onde encontramos os transgênicos?
A aplicação da técnica de transgenia é extremamente comum nos dias atuais, e pode ser encontrada em mais de uma área, como:
- Agricultura: uma grande parte das commodities (produtos muito comercializados, de origem primária que servem como matéria-prima) da agricultura brasileira e mundial são transgênicas. Elas foram modificadas geneticamente com o objetivo crescer em ambientes diferentes dos naturais, tolerar vários herbicidas, resistir a diferentes espécies de insetos ou até mesmo para aumentar sua produtividade. Por exemplo, a soja, o milho, o algodão e a canola são commodities que, em sua maioria, são transgênicas.
- Saúde: muito do avanço da medicina contou com a ajuda de transgênicos. Há um número alto de vacinas criadas por meio de métodos da biotecnologia, além de tratamentos, diagnósticos e medicamentos desenvolvidos com a ajuda da transgenia. Alguns exemplos são as vacinas contra a Hepatite B e a vacina contra a Dengue, usadas para imunizar animais. Algumas vacinas contra a COVID-19, e a principal e mais famosa aplicação da transgenia na área da saúde é a produção de insulina por meio de organismos transgênicos, no tratamento de pessoas diabéticas.
Os produtos transgênicos estão no mercado há mais de 20 anos, e não há estudos que comprovem efeitos maléficos à saúde. No entanto, um contraponto sobre a Transgenia é que, como esse processo é relativamente recente, pode não haver conhecimento suficiente para possíveis efeitos da modificação genética a longo prazo, implicando em danos à saúde humana, como alergias causadas pelo consumo de algo não encontrado dessa forma na natureza.
Outro aspecto que gera questionamento sobre produtos transgênicos envolve a questão ambiental. A criação de sementes resistentes à predação de insetos, por exemplo, pode provocar alterações nos ecossistemas. Isso porque, ao desaparecer uma espécie pela falta de alimento, também implica em diminuição de alimento para outros animais que se alimentariam dela, na sequencia da cadeia alimentar. Além disso, as sementes controladas geneticamente não evoluem de acordo com os ciclos de polinização e seleção naturais, o que pode levar a uma diminuição da variabilidade genética normal e a uma necessidade de maiores investimentos tecnológicos na manutenção da produção.
Finalmente, é importante considerar o aspecto social sobre os produtos transgênicos. As sementes geneticamente modificadas são produzidas em grandes laboratórios, e, em geral, essas sementes não geram sementes novas, levando a um ciclo de dependência do agricultor com relação às indústrias que as produzem.
Na busca incessante por aumento de produção, ascensão dos lucros, diminuição dos custos e por poder competir em um mercado cada vez mais exigente e competitivo, o homem colocou sua capacidade intelectual em favor do desenvolvimento de pesquisas e estudos na intenção de alcançar melhorias na rentabilidade agrícola.
Nesse sentido, foram desenvolvidos os transgênicos, que correspondem a organismos que detêm em sua essência genes de outros organismos, que é possível por meio da Engenharia Genética. O objetivo maior é a busca de aprimoramento de um produto que possui características novas em relação àquelas que fazem parte de sua natureza original para gerar um produto capaz de obter aspectos mais rústicos e de extrema produtividade. As técnicas de manipular DNA recombinante ocorrem desde a década de 70.
A biotecnologia tem servido de grande valia na produção agrícola e pecuária, pois oferece a possibilidade de produzir produtos diferenciados ao consumidor, como, por exemplo, carne suína com menos colesterol. No caso de alimentos, esses procedimentos tem como intenção obter uma quantidade maior de nutrientes e ao mesmo tempo imune a pragas.
Apesar de aparentemente não oferecer nenhum tipo de risco, a manipulação de genes pode ocasionar sérias complicações, tendo em vista que se conhece muito pouco acerca desse assunto, pois as pesquisas nesse sentido existem somente há, aproximadamente, três décadas. Desse modo, não se sabe ao certo quais são as reações e consequências que podem ocorrer se um organismo que recebe um gene estranho desenvolver uma rejeição proveniente da complexidade dos seres vivos. Isso é uma realidade, pois já foi constato em porcos modificados geneticamente que para ganhar peso receberam genes de outros organismos e contraíram artrite e outras complicações em seu estado clínico.
Os transgênicos também são chamados de OGM (Organismos Geneticamente Modificados), esses produzem plantas que são adaptadas a climas diferentes, solos, entre outros elementos.
Os transgênicos levantam muita polêmica em todo mundo, principalmente quando se trata de alimentos destinados a humanos, em razão da incerteza sobre o que pode acontecer no organismo humano caso haja o consumo de produtos derivados da alteração genética.
Diante dessa polêmica, a Europa não aceita o consumo desse tipo de produto em áreas urbanas, já os americanos são a favor, por alegar que o aprimoramento produz organismos imunes a pragas e, dessa forma, evita o consumo de agrotóxicos usados no combate.
Em suma, o que se deve ter é precaução até que a classe científica saiba realmente se os transgênicos provocam ou não efeitos colaterais naqueles que os consumem.