O que é xenofobia?

Xenofobia é aversão ao estrangeiro. Palavra de origem grega, a xenofobia é um tipo de preconceito contra quem nasceu em um lugar diferente do seu. Normalmente, ela está associada ao racismo e expressa-se, por vezes, por meio da intolerância religiosa ou dos preconceitos acerca do local de origem da vítima.

Leia mais: A legitimação da xenofobia por meio do etnocentrismo

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O que é xenofobia?

A xenofobia é a aversão preconceituosa a quem é estrangeiro. De outra cidade, de outra região, de outro país e de outra cultura, o estrangeiro pode causar o medo, o espanto, a curiosidade daquele que não o conhece. No entanto, esses mesmos sentimentos podem ser expressos de maneira desrespeitosa, ofensiva e brutal, causando o que chamamos de xenofobia, que é o preconceito contra o estrangeiro.

A xenofobia é algo que aparece em nosso mundo globalizado com bastante força e que, graças à maior facilidade de denúncias e à maior utilização das redes sociais, os casos estão cada vez mais evidentes, deixando de ser encobertados e tratados como normais.

Entretanto a xenofobia não começou agora. Ela sempre existiu. Se olharmos para o modo como atenienses, espartanos e persas tratavam-se na Antiguidade, podemos constatar uma relação xenofóbica. O mesmo aconteceu com os judeus, que sofreram com a xenofobia e a intolerância antissemita por toda a sua peregrinação pela Europa, desde a Antiguidade.

Embora a discussão acerca da xenofobia esteja em alta nos dias de hoje, a xenofobia é um problema muito antigo.

O ser humano, quando imerso na sociedade, adquire os preconceitos que a ideologia social impõe a todos, e um dos grandes desafios dos dias atuais é a libertação desses preconceitos para que o ser humano possa conviver com os demais de maneira harmoniosa.

O enfrentamento da xenofobia é um desafio para a nossa época, pois, cada vez mais, as fronteiras nacionais são rompidas e os cidadãos passam a conviver não mais somente com os seus semelhantes de pátria, mas com todos, como cidadãos de um mundo cosmopolita.

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Exemplos de xenofobia

A xenofobia pode ser praticada de maneira verbal expressa e direta ou de maneira mais sutil e indireta. Ofensas contra pessoas provocadas por conta da origem delas é a forma direta de xenofobia. Também há o caso em que não ocorre agressão verbal, mas a fala deixa explícito o preconceito quanto à origem do outro, quando uma pessoa, por exemplo, recusa-se a ser atendida por um médico por ele ser cubano ou a ser atendida em uma loja por um vendedor africano.

Muro entre Estados Unidos e México. Um grande exemplo de xenofobia dos dias atuais.

Já a forma indireta e sutil é um pouco mais difícil de detectar, pois, muitas vezes, ela não é intencional e não visa acertar uma vítima diretamente. Seria o caso, por exemplo, de alguém expressar comentários generalizantes sobre a cultura de alguém, como dizer que a maioria dos muçulmanos é extremista e apoia o terrorismo, ou dizer que todo índio é indolente e que todo africano passa fome.

Xenofobia e racismo

Muitas vezes, o preconceito xenofóbico está ao lado do preconceito racial. Aliás, nesses casos, torna-se impossível separar o que é racismo do que é xenofobia, visto que a origem de uma pessoa está relacionada, na maioria das vezes, com a cor de sua pele. A cultura também é um importante fator que causa o estranhamento, e as culturas também estão intimamente ligadas às etnias.

O racismo é uma das causas da xenofobia e pode gerar isolamento social.

Na maioria dos casos em que racismo e xenofobia estão intimamente ligados, o que motiva o preconceito xenofóbico é a questão racial, ou seja, os ataques cometidos contra imigrantes africanos, por exemplo, não ocorrem porque eles simplesmente são de outra nação, pertencem a outra cultura, mas porque eles são negros. O número de casos que envolvem xenofobia e racismo tem aumentado no mundo por conta das imigrações forçadas pela miséria ou pelo refúgio forçado pelas guerras no Oriente Médio e na África.

Xenofobia na Europa

Os ataques xenofóbicos na Europa intensificaram-se após a grande leva de refugiados da Síria e de países africanos que se direcionaram para cidades europeias em busca de condições dignas de vida. A xenofobia parecia ter sido superada após a queda do nazismo em 1945, na Europa, porém, o que temos visto é um retorno de discursos populistas, nacionalistas e supostamente patrióticos que propagam uma ideologia xenófoba.

De um lado, as cidades europeias recebem cidadãos refugiados e desesperados. De outro, representantes de uma direita extremista e demasiadamente conservadora querem fechar todas as fronteiras para qualquer imigrante de regiões que eles considerem não pertencer ao círculo europeu. Viktor Orbán, primeiro ministro da Hungria, por exemplo, é um desses líderes políticos de extrema direita que assumem suas posições xenófobas sem medo.

Mais ou menos em sua linha, segue o polêmico Boris Johnson, primeiro ministro da Inglaterra que não mede esforços para fazer com que o Brexit (palavra criada para designar a saída do Reino Unido da União Europeia) seja cumprido. Uma das motivações menos evidentes do Brexit seria a xenofobia e a dificuldade de aceitar que cidadãos que entrem em qualquer país da União Europeia, e consigam o visto, possam encaminhar-se para a Inglaterra. A livre circulação de pessoas faz parte do acordo de formação da União Europeia desde a sua criação, em 1993.

Xenofobia no Brasil

Aparentemente, o Brasil é um país de cultura vasta e plural, que recebeu e recebe pessoas de todos os lugares do globo, onde todos vivem harmoniosamente e sem conflitos. Contudo, o sentimento xenófobo vem crescendo em nosso país. Apesar de nossa herança ancestral, que engloba o sangue indígena, africano e europeu, com certos períodos de imigração japonesa, o nosso país tem apresentado episódios de xenofobia diariamente.

Um fenômeno parecido com o que acontece na Europa tem interferido no funcionamento político e social de nosso país: o crescimento de uma ideologia de direita extremista, com traços racistas e xenófobos. Esse fator aliado ao crescente número de imigrantes e refugiados (sobretudo africanos, sírios e venezuelanos) tem despertado a ira de certo setor da população que não aceita pessoas estrangeiras em seu território.

Algo muito marcante na xenofobia por aqui, talvez mais marcante que em países em que as pessoas nutram culturalmente um sentimento nacionalista muito forte, como na França, é que a recepção aos estrangeiros varia de acordo com a origem, a etnia e a cultura desse imigrante. Normalmente, europeus, norte-americanos e japoneses são bem recebidos. Já povos do Oriente Médio, da África ou de países mais pobres da América Central e do Sul são vítimas de xenofobia e racismo.

 

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