As eleições presidenciais na Argentina são parte fundamental do sistema eleitoral do país, pois definem qual será o presidente do país por um período de quatro anos. O mandato presidencial na Argentina tem duração de quatro anos, permitindo a possibilidade de uma reeleição para um segundo mandato também de quatro anos.
Tópicos deste artigo
Resumo sobre as eleições
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As eleições presidenciais na Argentina são realizadas a cada quatro anos.
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Os presidentes argentinos têm mandato com quatro anos de duração e podem se reeleger uma vez.
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Todos os cidadãos com mais de 16 anos podem votar na Argentina, mas o voto é obrigatório para aqueles entre 18 e 70 anos de idade.
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As eleições na Argentina se dão em três fases: primárias, primeiro turno e segundo turno.
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O candidato que obter mais de 45% dos votos é eleito no primeiro turno.
Como funcionam as eleições na Argentina?
As eleições presidenciais na Argentina são realizadas a cada quatro anos e são organizadas de acordo com os princípios estabelecidos pela Constituição Nacional, promulgada em 1853, e pelas leis eleitorais que foram estabelecidas após a reforma constitucional que foi realizada no país em 1994.
O mandato presidencial na Argentina tem quatro anos de duração, e, por isso, as eleições se realizam a cada quatro anos. O presidente eleito tem direito a disputar uma reeleição para ter um segundo mandato de quatro anos e depois disso é obrigado a ceder o poder para que outro político seja eleito para a função.
A eleição presidencial argentina se organiza em três fases:
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primárias;
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primeiro turno;
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segundo turno.
À medida que se aproximam as eleições, os partidos precisam registrar os pré-candidatos interessados em candidatar-se à presidência. Antes de o primeiro turno acontecer, o sistema eleitoral argentino determina que aconteçam as primárias, chamadas na Argentina de Paso —primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias.
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Outro objetivo das Paso é determinar os candidatos que estarão habilitados a disputar o primeiro turno, eliminando os pré-candidatos de um mesmo partido que foram menos votados, mas também eliminando os candidatos que possuírem votação irrelevante. Sendo assim, as Paso estabelecem que um pré-candidato só poderá participar do primeiro turno caso obtenha, no mínimo, 1,5% dos votos.
A população argentina é obrigada a participar das Paso, e uma vez determinados os candidatos é realizado o primeiro turno. O sistema eleitoral estabelece que o candidato que obtém mais de 45% dos votos ou mais de 40%, desde que possua uma vantagem maior que 10% sobre o segundo colocado, seja eleito presidente.
Caso isso não aconteça, um segundo turno é realizado, e nele o candidato mais votado é anunciado como o vencedor. Esse sistema eleitoral com as primárias sendo realizadas antes do primeiro turno foi aprovado em 2009 e utilizado pela primeira vez em 2011.
Quem pode votar na Argentina?
No sistema eleitoral argentino, todo argentino nato pode votar a partir dos 16 anos de idade e os argentinos naturalizados podem votar a partir dos 18 anos. No caso dos argentinos natos, o direito de voto é obrigatório, ou seja, todos os cidadãos entre 18 e 70 anos de idade são obrigados a votar. Aqueles com menos de 18 anos e com mais de 70 anos não são obrigados a votar.
Eleições na Argentina em 2023
O ano de 2023 ficou marcado na Argentina como um ano eleitoral, uma vez que o mandato do presidente Alberto Fernández se encerra no dia 10 de dezembro de 2023. O grande destaque dessa disputa é o fato de que o presidente argentino decidiu não disputar a reeleição presidencial.
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Candidatos às eleições na Argentina
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Javier Milei (extrema-direita);
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Patricia Bullrich (centro-direita);
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Sergio Massa (centro-esquerda);
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Juan Schiaretti (centro-direita);
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Myriam Bregman (esquerda).
A grande surpresa das primárias foi a expressiva votação que Javier Milei, candidato da extrema-direita, recebeu. Isso porque ele não era entendido como um dos candidatos favoritos e é visto com atenção por conta de suas propostas radicais. Entre as propostas e algumas ideias a que ele mostrou ser favorável, estão:
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dolarização da economia argentina;
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privatização de todas as estatais argentinas;
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liberação da venda de armas;
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liberação da venda de órgãos humanos;
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fim das relações comerciais da Argentina com a China;
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fim do Banco Central argentino.
Presidente da Argentina na atualidade
O atual presidente argentino é Alberto Fernández, conhecido por ter uma forte ligação com o kirchnerismo, vertente política que é entendida por muitos como uma herdeira do peronismo no país. Fernández foi eleito junto de Cristina Kirchner para um mandato de quatro anos e tinha promessas de solucionar os problemas econômicos que assolavam o país.
O governo de Alberto Fernández, no entanto, fracassou na política econômica e viu os índices do país nesse aspecto caírem significativamente. O fracasso do projeto econômico de Fernández fez com que a pobreza na Argentina aumentasse de forma significativa, assim como a inflação. O presidente argentino disse que essa situação foi causada pela pandemia, pela Guerra entre Rússia e Ucrânia e por uma forte seca que assolou o país.
História das eleições na Argentina
O atual sistema eleitoral da Argentina ganhou força com a redemocratização do país e o fim da ditadura militar que lá aconteceu entre os anos de 1973 e 1983. Desde então foram realizadas eleições presidenciais regulares no país, que elegeram os seguintes presidentes:
Créditos da imagem:
Fontes:
BALBI, Clara. Entenda como funcionam as Paso, as eleições primárias na Argentina. Disponível em:
BBC BRASIL. Javier Milei: quem é o ‘anarcocapitalista’ aliado de Bolsonaro que surpreendeu em primárias na Argentina. Disponível em:
CNN Brasil. Eleições na Argentina: como funcionam? Quem vota? Quem são os candidatos? Disponível em:
G1. Javier Milei, candidato à presidência de extrema direita, lidera eleições primárias na Argentina. Disponível em:
G1. O que são as Paso, as primárias argentinas. Disponível em:
GOVERNO DA ARGENTINA. Elecciones primarias 2023. Disponível em:
GUTIERREZ, Felipe. Eleições na Argentina: apesar de vitória de Milei nas prévias, disputa está bastante aberta, dizem analistas. Disponível em: