Colesterol: função, transporte e tabela de valores

O colesterol é um tipo de esteroide, ou seja, faz parte de um grupo de lipídios caracterizado por apresentar um esqueleto carbônico formado por quatro anéis fusionados. Apesar de ser fundamental para o funcionamento do nosso corpo, o seu excesso está relacionado a uma série de problemas de saúde.

Tópicos deste artigo

Função do colesterol

Diferentemente do que muitas pessoas pensam, o colesterol é essencial para o funcionamento adequado do nosso organismo e sem ele nossa sobrevivência não seria possível. Ele é um componente importante da membrana plasmática das células, das membranas das organelas celulares e da bainha de mielina dos neurônios, atua como precursor dos sais biliares e da vitamina D e também é utilizado na síntese de alguns hormônios.

O colesterol é um lipídio importante, porém seu excesso pode causar problemas.

Transporte de colesterol: lipoproteínas

O colesterol é transportado no sangue por meio de lipoproteínas, que são partículas formadas por moléculas de lipídeos ligadas a uma proteína.

As lipoproteínas podem ser classificadas em cinco grupos distintos: quilomícrons (Qm), lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteínas de densidade intermediária (IDL), lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e lipoproteínas de alta densidade (HDL). As duas principais lipoproteínas são a LDL e a HDL, as quais serão abordadas a seguir:

LDL (low-density lipoprotein) é uma lipoproteína que garante o transporte de colesterol do fígado e intestino até as membranas ou local de síntese de outros esteroides. Quando em excesso, a LDL pode depositar-se na parede dos vasos e ser oxidada. Essa oxidação modifica sua estrutura, a qual passa a não ser reconhecida pelas células endoteliais, desencadeando uma ação do sistema imune.

Esse processo pode ser responsável por levar à formação da placa aterosclerótica. Essa placa faz com que a artéria fique enrijecida e seu lúmen seja estreitado, com isso pode haver a obstrução do vaso sanguíneo e, consequentemente, o desenvolvimento de problemas, como infarto e acidentes vasculares cerebrais.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a cada 40mg/dL de colesterol LDL reduzido, a mortalidade por infarto reduz-se em 20%. Devido a essas características, o LDL é popularmente chamado de “mau colesterol”.

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HDL (high-density lipoprotein) é uma lipoproteína que capta o colesterol excedente nos tecidos e o leva em direção ao fígado, para que possa ser excretado. Além disso, estudos in vitro e em animais demonstraram que a HDL apresenta propriedade antioxidante, anticoagulante, anti-inflamatória e de proteção endotelial.

Em relação à doença aterosclerótica, observa-se uma relação inversa entre os níveis de HDL e o desenvolvimento da doença. Devido a essas características, o HDL é popularmente chamado de “bom colesterol”.




Altas concentrações de LDL e baixas concentrações de HDL no sangue estão relacionadas ao desenvolvimento de doença aterosclerótica. Entretanto, além do colesterol, é importante estar atento à pressão sanguínea, ao uso de cigarro, ao peso e ao controle da glicose. Entenda mais sobre esse tema, acessando o texto: Aterosclerose.

Colesterol e alimentação

A maior parte do colesterol presente no organismo é produzida nele próprio, enquanto uma pequena porção é fornecida pela nossa alimentação. Apesar disso, o controle dos alimentos ingeridos é fundamental para que os níveis de LDL e HDL no organismo estejam em equilíbrio. Manter as lipoproteínas em níveis adequados é essencial, uma vez que o aumento de LDL e a redução de HDL associam-se ao desenvolvimento de problemas cardiovasculares.

Os níveis de colesterol podem ser controlados por meio de uma dieta adequada, dando-se ênfase, principalmente, aos níveis de gordura. Segundo o Ministério da Saúde, um dos motivos de alteração nos níveis de colesterol é a ingestão excessiva de gorduras saturadas e gorduras trans, as quais estão presentes em alimentos de origem animal e ultraprocessados.




Dieta balanceada e prática de atividades físicas são dois requisitos básicos para manterem-se adequados os níveis de colesterol.

Valores normais de colesterol

Alterações nos valores normais de colesterol podem estar relacionadas com o desenvolvimento de problemas cardiovasculares. Sendo assim é importante realizar exames preventivos para avaliar o perfil lipídico do indivíduo. É importante deixar claro que os níveis de colesterol podem estar altos também em pessoas magras, não sendo esse um problema que ocorre apenas em pessoas com sobrepeso ou com obesidade. Desse modo, a única forma de identificá-lo é realizando exames.

Confira uma tabela com os valores referenciais do perfil lipídico para adultos maiores de 20 anos, de acordo com a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, da Sociedade Brasileira de Cardiologia:






















Lipídios

Valores (mg/dl)

Categoria

CT (Colesterol total)

< 200

Desejável

200-239

Limítrofe

≥ 240

Alto

 


LDL-C (Colesterol da LDL)

< 100

Ótimo

100-129

Desejável

130-159

Limítrofe

160-189

Alto

≥190

Muito alto

HDL-C (Colesterol da HDL)

> 60

Desejável

< 40

Baixo

TG (Triglicérides)

< 150

Desejável

150-200

Limítrofe

200-499

Alto

≥ 500

Muito alto

Colesterol não-HDL

< 130

Ótimo

130-159

Desejável

160-189

Alto

≥ 190

Muito alto


Curiosidade: O exame de sangue capaz de determinar a quantidade de lipídios na circulação sanguínea é denominado: lipidograma ou perfil lipídico.

 

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