No fim dos anos 90, a internet passou a ser reconhecida pelo mundo como um meio de comunicação sem fronteiras, eficiente e que poderia gerar enormes vantagens competitivas e abrir muitas oportunidade para as empresas. Que a internet é formidável, não há dúvidas; o problema que ocorreu nesta época foi a supervalorização deste meio de comunicação, gerando uma falsa idéia de que o mesmo seria um instrumento que poderia gerar uma quantidade de lucros ilimitada.
Os recursos que eram destinados a outros setores foram redirecionados para o desenvolvimento de softwares, ferramentas e websites na internet. A questão do e-comerce trazia a imagem de um futuro de lucros absurdos. Um dos maiores símbolos desta febre foi a criação da Nasdaq, uma nova bolsa de valores voltada exclusivamente para a área de tecnologia. Também podemos citar a criação de grandes corporações, como no caso da reunião da America On Line (AOL) e Time-Warner, uma óbvia consequência do momento. Com tudo isso, os preços das ações das empresas “pontocom” explodiram positivamente.
Alguma hora a “bolha” iria estourar. Quando o mundo viu que a internet não era essa fonte ilimitada de lucros e que suas projeções estavam totalmente equivocadas, o preço das ações de empresas que atuavam na internet, que subia constantemente, passou a cair em queda livre, provocando a falência de inúmeras corporações.
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Embora o estouro da “bolha” tenha abalado o mercado da internet, grandes empresas, como Google e Yahoo, sobreviveram. Além disso, as organizações que resistiram a tal período souberam tirar proveito da situação, e com os recursos que arrecadaram nos momentos pré-bolha, mesmo diminuídos após a fase crítica, criaram produtos e serviços eficientes a ponto de as colocarem em posições de liderança.
Embora o fenômeno tenha sido sinônimo de prejuízo, a “bolha” dos anos 2000 foi importante para fazer com que a internet tomasse, nos anos seguintes, grande proporções, e de uma forma bem mais sólida. Em 1995, havia cerca de 16 milhões de pessoas on-line. Hoje são 957 milhões de internautas em todo o mundo.
Muitos críticos afirmam que estamos próximos de um estouro de uma nova “bolha”. É o caso da chamada Web 2.0, baseada na inteligência coletiva. Um caso que recebe bastante atenção dos especialistas é o Facebook, um dos inúmeros sites de relacionamento presentes na rede. Em outubro de 2007, a Microsoft desembolsou US$ 240 milhões por uma participação de 1,6% no site, o que dá a um simples website um valor de mercado de cerca de US$ 15 bilhões, uma vez e meia o valor de mercado da Embraer, a terceira maior fábrica de aviões do mundo!
Realmente, os sintomas são parecidos aos que ocorreram no início do milênio: imensa onda de especulação, empresas sem modelos de negócio com amplo valor de mercado e extravagância nas negociações financeiras. Resta saber se essa nova “bolha” irá, de fato, estourar. É bom prever para minimizar os prejuízos.