Butão, ou Reino do Butão, é um país asiático localizado no sul do continente, entre a China e a Índia. A sua capital é a cidade de Thimphu. O território de Butão não possui saída para o mar, e apresenta como principal feição de relevo a cordilheira do Himalaia, que se estende a oeste e ao norte do país, condicionando a presença de terrenos bastante elevados e acidentados, além de climas muito diversos.
Trata-se de um dos países menos populosos da Ásia, com 780 mil habitantes, maioria dos quais vive na zona rural. O setor primário, com destaque para a mineração, e a indústria desempenham um importante papel na economia do Butão em conjunto com a geração de energia hidrelétrica, tanto utilizada nacionalmente quanto exportada, como para a Índia.
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Tópicos deste artigo
Resumo sobre Butão
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Butão é um país asiático localizado no sul do continente, entre a China e a Índia.
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Sua capital é Thimphu.
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Dispõe de uma grande variabilidade climática (tropical, subtropical, alpino) decorrente da sua topografia.
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A cordilheira dos Himalaias se estende pelo norte e oeste do país.
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Vales encaixados e terrenos aplainados compõem também seu relevo.
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Apresenta extensa cobertura de florestas decíduas, além de savanas e vegetação alpina nos terrenos montanhosos.
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Com 780 mil habitantes, é um dos países menos populosos da Ásia.
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Trata-se de um país rural, e sua taxa de urbanização é de 43,7%.
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Sua economia é baseada na exploração de recursos minerais e sua respectiva indústria e também na geração de energia elétrica.
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É um grande gerador e exportador de energia hidrelétrica.
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Apesar dos constantes fluxos migratórios, o território permaneceu muito tempo isolado em função da presença dos Himalaias.
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Apresenta uma cultura muito rica e diversa, com grande influência do budismo no cotidiano e nas tradições da sua população.
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Dados gerais do Butão
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Nome oficial: Reino do Butão
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Gentílico: butanês
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Extensão territorial: 38.394 km²
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Localização: Sul da Ásia
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Capital: Thimphu
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Clima: tropical, subtropical e alpino
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Governo: monarquia constitucional
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Divisão administrativa: 20 distritos
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Idioma: dzonga (oficial)
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Religiões:
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População: 780.000 habitantes (ONU, 2022)
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Densidade demográfica: 20,5 hab./km²
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Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,654
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Moeda: Ngultrum
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Produto Interno Bruto (PIB): US$ 2,65 bilhões (FMI, 2022)
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PIB per capita: US$ 3490
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Gini: 0,374
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Fuso horário: GMT+6
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Relações exteriores:
Mapa do Butão
Geografia do Butão
Butão é um país asiático de 38.394 km² de extensão, localizado na região sul do continente, entre os territórios da China e da Índia, portanto, sem saída para o mar. A sua capital é a cidade de Thimphu, localizada na parcela ocidental do país.
Embora apresente um território pouco extenso, o país dispõe de uma diversidade climática derivada da sua topografia montanhosa.
Os terrenos mais baixos são caracterizados pelo clima tropical, quente e úmido, marcado pela presença de uma estação chuvosa e outra seca. Nos terrenos mais elevados, o clima é o subtropical, caracterizado por verões quentes e invernos frios. Já nas áreas montanhosas, o frio é intenso e o topo das montanhas se encontra permanentemente recoberto por neve, configurando assim um clima alpino.
A cordilheira do Himalaia é a principal feição de relevo do Butão, situando-se a oeste e na faixa norte do país. Nas regiões central e sul, predominam vales encaixados e terrenos aplainados. A altitude média no país é de 2200 metros.
As florestas decíduas compõem grande parte da cobertura vegetal do país, recobrindo cerca de 70% de seu território. Uma estreita faixa apresenta vegetação característica da savana, enquanto, nas montanhas, está presente a tundra alpina, formada por plantas rasteiras e de baixo porte, como gramíneas.
O Butão apresenta uma densa rede de drenagem formada por cursos d’água que correm principalmente na direção norte–sul. Destacam-se os rios Torsa, Sankosh, Mangde e Kuru.
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Demografia do Butão
Butão é o quarto país menos populoso do continente asiático, contando, hoje, com 780.000 habitantes. Não obstante a presença dos Himalaias, a região oeste é onde se concentra a maior parte da população butanense, em especial na capital, Thimphu, e nos seus arredores. A densidade demográfica do território do Butão é baixa, de apenas 20,5 hab./km².
A taxa de urbanização de Butão é de 43,7%, o que significa que a maioria de sua população vive na zona rural. Thimphu é a maior cidade do país e concentra 203 mil habitantes, o equivalente a 26% de toda a população nacional.
A população do país cresce a uma taxa de 0,98%, muito próxima da média mundial. O aumento populacional se deve principalmente ao crescimento vegetativo, tendo em vista que os nascimentos são três vezes mais numerosos que as mortes, além do saldo migratório nulo. O Butão é um país jovem, com idade mediana de 29,6 anos. A expectativa de vida no país é de 72,31 anos de idade.
Economia do Butão
Butão apresenta uma das menores economias da Ásia, figurando também entre as nações mais pobres do continente quando se leva em consideração indicadores como o PIB per capita, hoje de 3490 dólares. O país é rico em recursos minerais, como carboneto de cálcio, calcário, dolomita, gesso, carvão e outros, além de apresentar um enorme potencial hidrelétrico em função do seu relevo acidentado. São justamente esses elementos e aspectos que constituem a base da economia butanense.
O setor de serviços e a indústria contribuem de maneira equitativa com o PIB do país, cada qual com uma parcela de 42%. O comércio e o turismo são importantes atividades econômicas do setor terciário no Butão, com destaque para a segunda. Entre 2015 e 2021, a entrada de visitantes no país saltou de 155.000 pessoas para 315.000. A indústria do país tem grande ligação com a atividade mineradora e madeireira, além de produzir itens como cimento, bebidas e frutas processadas.
A área destinada à agricultura e à pecuária é restrita devido ao relevo montanhoso, e essas atividades são desenvolvidas em somente 13,6% das terras do país. Destaca-se a produção de:
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arroz;
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tubérculos;
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pimentas;
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especiarias;
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nozes;
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laranjas;
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leite.
Infraestrutura do Butão
A infraestrutura do Butão apresenta problemas quanto à sua cobertura, o que significa que ela não atende a toda a população do país. Os moradores das cidades têm mais acesso a redes de água potável do que os moradores da zona rural, enquanto as redes de saneamento (como esgoto) atendem a 63,1% das pessoas em área urbana e a 66,8% daquelas que vivem no campo.
O país é um grande gerador de eletricidade devido ao seu relevo montanhoso e planáltico, que favorece a formação de quedas d’água e a geração de energia por meio de hidrelétricas. Além do amplo acesso da população à energia elétrica, o país exporta 4,6 bilhões de kWh para outros países, sendo um deles a Índia.
Nos transportes, há um grande deficit com relação a malhas terrestres, o que se deve também às feições físicas do relevo. As rodovias, que somam 12,2 mil km, e o transporte aeroviário são os dois modais utilizados no Butão, embora o país disponha somente de dois aeroportos.
Governo do Butão
O Butão é uma monarquia constitucional, na qual o chefe de Estado é o monarca e as principais funções do Executivo são desempenhadas pelo primeiro-ministro — o líder do partido majoritário que compõe o Parlamento. Nota-se que esse órgão é capaz de depor o monarca caso haja apoio de 2/3 dos votos dos parlamentares. No entanto, em uma situação de normalidade, o cargo é hereditário. O Parlamento do Butão é bicameral, formado pela Assembleia Nacional e pelo Conselho Nacional, cujos membros são eleitos pelo voto direto.
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Etimologia do Butão
O nome Butão, que, na forma local, corresponde a Druk Gyalkhap (Druk Yul, na forma abreviada) ou Bhutan, em inglês, tem uma origem um tanto quanto incerta. Uma das teorias mais aceitas é a de que ele é derivado do sânscrito Bhota-anta, que significa “Fim (no sentido de extremidade) do Tibete”, fazendo referência à sua localização no planalto tibetano. Outra explicação é a de que o nome é oriundo de um povo tibetano, Bhotia, que migrou para o país.
No idioma local, Druk Yul é traduzido como “Terra do Dragão do Trovão”.
História do Butão
O Butão consistia em uma área relativamente isolada em função das montanhas do Himalaia, embora sua história tenha sido marcada por fluxos migratórios esporádicos que partiam do Tibete em direção àquela região que, até então, não tinha um nome fixo.
Um fato marcante dos períodos iniciais da história do país diz respeito à chegada do budismo, que ocorreu juntamente da ida do guru Padma Sambhava (ou Rimpoche), no ano de 747 da era comum. A religião se espalhou e ganhou novas vertentes, o que se deveu muito à influência da população oriunda do Tibete. Hoje o budismo é a principal religião do Butão, e desempenha papel importante até mesmo na legislação nacional.
Até o século XVII, o país era constituído por diversos povoados espalhados por toda a sua extensão, inexistindo um governo unificado. Esse quadro se transformou com a chegada de Shabdrung Ngawang Namgyel (1594-1651), em 1616, considerado o responsável pela unificação do território do Butão e pelo estabelecimento de um governo baseado no budismo. Durante esse processo, várias invasões estrangeiras aconteceram, oriundas do Tibete e da Mongólia, mas não obtiveram sucesso.
Os períodos que seguiram a esse foram marcados por diversos conflitos regionais envolvendo regiões independentes do Butão. O final do século XVIII foi marcado por confrontos dos butaneses com os britânicos, que avançavam seu domínio pelo norte da Índia e pretendiam estender seu poder até a fronteira com o Butão.
No ano de 1865, foi assinado um tratado entre Butão e a Grã-Bretanha para o fornecimento de subsídios em troca de territórios na fronteira com a Índia, e, quase meia década mais tarde, em 1907, um novo acordo foi feito, e os britânicos deixaram de ter qualquer influência sobre questões internas do país asiático. Apesar disso, a Índia continuou a conduzir a política externa do Butão até 2007.
O ano de 1907 é considerado o ano da independência do Butão, que teve seu primeiro monarca a governar sob um país reunificado. O Butão passou a fazer parte dos quadros da ONU em 1971, e, três décadas mais tarde, em 2005, a primeira Constituição do país foi escrita, com a realização de eleições parlamentares em 2008.
Cultura do Butão
A religião budista apresenta bastante influência nas tradições e nos costumes da população do Butão, com uma menor parcela de seus habitantes seguindo a religião hinduísta, baseada nas crenças professadas na Índia e no Nepal. A menor influência das culturas de outros países se deveu principalmente ao relativo isolamento geográfico do território butanês das demais áreas, o que proporcionou o desenvolvimento de uma cultura muito rica e particular.
Vários grupos étnicos compõem a população do Butão, sendo o povo ngalop o mais numeroso deles, seguido dos nepali e dos povos nativos e migrantes. Uma característica significativa da população do Butão é a vestimenta tradicional, de uso obrigatório em locais como prédios do governo, escolas e cerimônias oficiais.
As mulheres utilizam a kira, um vestido longo feito à mão com tecidos estampados que são envoltos no corpo e presos na parte superior pela koma, um clipe feito de prata e uma pedra turquesa. Para os homens, a vestimenta é o gho, formado por um robe que vai até a altura dos joelhos, e o kabney, um cachecol de seda utilizado sobre a túnica durante as visitas aos dzongs, edifícios religiosos e administrativos.
Curiosidades sobre o Butão
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A montanha Gangkar Punsum é a mais elevada do país, e chega a 7570 metros acima do nível do mar.
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O dragão presente na bandeira do Butão é chamado de Druk, e sua cor simboliza a pureza, enquanto as joias que segura representam a riqueza. A figura foi adicionada como forma de representar a nação e todos os grupos étnicos que compõem a sua população.
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As cores da bandeira do Butão representam a espiritualidade expressa na fé budista (laranja) e a secularidade (amarelo).
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A legislação do Butão apresenta deveres do cidadão com relação à preservação ambiental.
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A televisão chegou ao Butão somente em 1999, enquanto os primeiros programas de rádio foram transmitidos no país em 1973.
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