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fonológico (imitação de um som produzido por seres ou objetos);
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sintático (processo de derivação ou composição);
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semântico (novo sentido de termo já existente); ou
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por empréstimo (tomado de outra língua).
Leia também: Morfologia – campo da linguística que estuda a estrutura e a formação das palavras
Tópicos deste artigo
O que é um neologismo?
Neologismo é o nome que se dá a uma palavra recém-criada ou a uma palavra já existente que adquire um novo significado. Assim, algumas vezes, acabamos criando uma palavra ou dando outro sentido a uma já existente, com o intuito de expressar nossos pensamentos de forma mais eficaz.
Os neologismos podem surgir de várias maneiras:
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Ressignificação: uma palavra já existente na língua é ressignificada, isto é, adquire um novo significado.
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Empréstimo: determinado termo é tomado de empréstimo e utilizado em um meio cultural em que, antes, ele não era usado; pode ser um regionalismo, um termo técnico, uma gíria ou uma palavra estrangeira.
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Calco linguístico: a tradução de uma expressão tomada, por empréstimo, de uma língua estrangeira.
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Processo onomatopeico: palavras são criadas a partir da imitação de um som produzido por seres ou objetos.
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Tipos de neologismo
O neologismo pode ser classificado em dois tipos.
É uma palavra completamente nova introduzida em uma língua. Assim, a criação desse novo termo ocorre de diferentes maneiras, o que nos permite subclassificar esse neologismo em:
→ Fonológico
Palavra com característica onomatopeica, isto é, que imita o som de seres ou objetos, mas também palavra já existente que tem o seu som original alterado.
→ Sintático
Formado a partir de processo de derivação ou de composição. Estão incluídos nesse tipo, também, as palavras originárias de siglas.|1|
Exemplos: transcriação, autogolpe, antimíssil, megaloja, microblusa, multimídia, não ficção, pós-Obama, pré-pago, sem-terra, petista, golaço, orelhão, natureba, repeteco, troca-troca, ufólogo, motoca, sofrência, funkeiro, rolezinho etc.
→ Por empréstimo
Palavra tomada de empréstimo de outra língua. Tal palavra pode ser escrita como na língua original, traduzida ao pé da letra ou adaptada à língua que se apropriou dela. No Brasil, chamamos essa adaptação de “aportuguesamento”.
Exemplos: deletar, on-line, skinhead, estressado, kit, fashion, hip-hop, arranha-céu, laser, escanear, blogue, fast-food, pole position, turnê, caviar etc.
Atribuição de um novo significado a palavras que já existem na língua.
Exemplos: quadrado, gato, laranja, mico, grampo, provedor, mala, ficar, barraco, bofe, zebra etc.
Leia também: Quais são os processos de formação das palavras?
Diferença entre neologismo e estrangeirismo
Já o estrangeirismo é um vício de linguagem e consiste na apropriação desnecessária de um termo de origem estrangeira. Afinal, se existe uma palavra equivalente na língua destino, o uso de uma expressão estrangeira é dispensável. É o que ocorre, por exemplo, com as palavras performance (desempenho) e pedigree (linhagem ou raça).
Exercícios resolvidos
Questão 1 – (Enem)
― Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? […]
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite — leite em pacote, imagina, Tereza! — na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: “Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais”. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha […]. O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!
FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo, 22 de agosto de 1999.
A palavra embromatologia usada pelo autor é:
A) um termo científico que significa estudo dos bromatos.
B) uma composição do termo de gíria “embromação” (enganação) com bromatologia, que é o estudo dos alimentos.
C) uma junção do termo de gíria “embromação” (enganação) com lactologia, que é o estudo das embalagens para leite.
D) um neologismo da química orgânica que significa a técnica de retirar bromatos dos laticínios.
E) uma corruptela de termo da agropecuária que significa a ordenha mecânica.
Resolução
Alternativa B. No texto em questão, o autor criou o neologismo sintático por composição “embromatologia”, a partir da união da gíria “embromação” com o termo “bromatologia”, isto é, ciência que estuda os alimentos.
Questão 2 – (Enem)
Carnavália
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim?
[…]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).
Essa palavra corresponde a um(a)
A) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de outras culturas.
B) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza.
C) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla.
D) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área geográfica.
E) termo técnico, dado que designa elemento de área específica de atividade.
Resolução
Alternativa B. A palavra “corasamborim” é um neologismo sintático por composição, pois, como bem explicita o enunciado da questão, “é a junção de coração + samba + tamborim”.
Questão 3 – (Enem)
TEXTO I
Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo, criativamente formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que figura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo, beijódromo, camelódromo.
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
TEXTO II
Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, daí as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um carro de Fórmula 1.
GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 03 ago. 2012.
Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. Embora o Texto II apresente um julgamento de valor sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra reflete
A) o dinamismo da língua na criação de novas palavras.
B) uma nova realidade limitando o aparecimento de novas palavras.
C) a apropriação inadequada de mecanismos de criação de palavras por leigos.
D) o reconhecimento da impropriedade semântica dos neologismos.
E) restrição na produção de novas palavras com o radical grego.
Resolução
Alternativa A. O processo de formação da palavra “sambódromo” reflete o dinamismo da língua na criação de novas palavras, pois demonstra que a língua é viva, não é estática, está sempre em movimento, ou seja, em transformação.
Nota
|1| Segundo o doutor em Linguística Expedito Eloísio Ximenes, a autora Ieda Maria Alves, em seu livro Neologismo: criação lexical, “apresenta os vários recursos que os usuários de uma língua utilizam para formar novos itens lexicais. […]. Para a autora os neologismos sintáticos são formados pela derivação prefixal e sufixal, pela composição coordenativa e subordinativa e pelas siglas ou acronímicos. São denominados sintáticos porque a combinação de seus membros constituintes não está circunscrita apenas no âmbito lexical, mas também no nível frásico havendo uma alteração na classe gramatical da palavra-base, ao ser acrescentado um prefixo ou um sufixo”.