Os gases nobres são os elementos da família 18 da Tabela Periódica, também chamada de família VIII-A ou zero. Esses elementos são:
- hélio (He),
- neônio (Ne),
- argônio (Ar),
- criptônio (Kr),
- xenônio (Xe) e
- radônio (Rb).
Além destes, existe também o Ununócio (Uuo), elemento de número atômico 118, que foi descoberto em 2006, sendo sintetizado em laboratório por meio do bombardeamento de átomos de califórnio (Cf) com íons de cálcio (Ca2+). Para saber mais a respeito desse elemento leia o texto “Ununócio”.
Todos esses elementos são gasosos em temperatura ambiente (daí o fato de serem chamados de “gases”) e são encontrados na natureza na forma isolada. Isso acontece porque eles são estáveis e possuem pouca reatividade em condições ambientes. É inclusive por isso que eles são chamados de “nobres” ou “raros”.
Conforme as ilustrações abaixo dos átomos dos elementos da família dos gases nobres, todos eles (com exceção do hélio) possuem oito elétrons na camada de valência e essa é a razão deles serem tão estáveis:
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Até o ano de 1960 acreditava-se que sob nenhuma condição os gases nobres se combinariam com outros elementos para formar compostos, mas hoje são conhecidos alguns compostos formados por eles, como XePtF6, XeF4 e XeF2.
Agora veja um resumo sobre os gases nobres:
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Hélio
Seu nome vem do grego helios, que significa “sol”, porque ele foi descoberto primeiro no Sol antes que na Terra. Em 1868 o astrônomo francês Pierre-Jules-César Janssen notou uma linha espectral amarela no espectro do sol, e depois de alguns estudos sobre isso, o astrônomo inglês Norman Lockyer percebeu que se tratava de um novo elemento, que ele chamou de hélio. Aqui na Terra o hélio foi descoberto na cleveíta, um minério de urânio, pelos cientistas Ramsay, Lockyer, Cleve e Langlet.
O hélio é um gás muito leve, sendo usado para encher balões e misturado com o oxigênio para tratamento de asma, pois assim se reduz o esforço muscular da respiração.
Sir Willian Ransay – cientista que atuou na descoberta e isolamento da família de gases nobres
O neônio é o quarto gás mais abundante na atmosfera e é extremamente estável, não se conhecendo até hoje nenhum composto seu. Ele é usado na forma líquida como um líquido criogênico econômico, possuindo grande capacidade de refrigeração. Mas sua principal utilização é em letreiros luminosos, quando se passa uma descarga elétrica nesse gás num tubo a baixa pressão, ele emite uma coloração laranja-avermelhada. Foi daí que veio o termo “neon”, mas os que são de outras cores não contém o neônio, mas sim outros gases.
Seu nome vem do grego argos, que significa “preguiçoso”, em razão de sua inércia química, isto é, baixa reatividade. Ele foi isolado em 1894 por Sir Willian Ransay e Lorde Rayleigh. Esse gás foi o primeiro gás nobre a ser descoberto aqui na Terra, e ele é usado em lâmpadas especiais, válvulas de rádio, em contadores Geiger, em atmosfera inerte para soldar metais com arco elétrico (descarga elétrica), em extintores de incêndio e nos letreiros luminosos, sendo que os que contém argônio a baixa pressão possuem cor vermelha, mas se for a alta pressão, a cor é azul.
Seu nome vem do grego Krípton, que significa “oculto”, isto porque o Criptônio é um gás raro na atmosfera terrestre, da ordem de 1 ppm (partes por milhão). Ele é usado em lâmpadas incandescentes e fluorescentes usadas principalmente em aeroportos e também em projetores cinematográficos e em flash fotográfico para fotografar em altíssima velocidade. O laser de Criptônio é usado na medicina para cirurgia da retina dos olhos.
Seu nome vem do grego xénos, que significa “estranho”, “estrangeiro” ou “convidado”, sendo descoberto por William Ramsay e Morris Travers em 1898 nos resíduos resultantes da evaporação dos componentes do ar líquido. Ele pode ser usado como anestésico geral, em projeções de foguetes espaciais, em tubos eletrônicos e em lâmpadas ultravioletas (usadas em bronzeamento artificial), nos displays de plasma para os modernos televisores e em lâmpadas especiais de faróis de veículos.
O radônio recebe esse nome porque ele foi descoberto no ar que circundava os sais de rádio, tornando-o radioativo e foi então chamado de “emanação do rádio”. Em 1904 William Ramsay viu que devia se tratar de um novo gás nobre, porque as suas linhas espectrais eram semelhantes às do argônio, criptônio e xenônio. Ele foi isolado pela primeira vez em 1910 por Ramsay e Robert Whytlaw-Gray (1887-1958).
O radônio é empregado no tratamento de alguns tipos de cânceres (braquiterapia). Ele também é usado como indicador de possíveis falhas geológicas e de terremotos, tendo em vista que ele é liberado pelas rochas que o contém.