Expressões idiomáticas são frases com sentido figurado muito usadas no dia a dia. Existem inúmeras expressões idiomáticas, como a expressão “Dar com a língua nos dentes”, ou seja, revelar algo. Mas é preciso ter cuidado no uso dessas frases, pois elas não cabem, por exemplo, em textos objetivos, já que elas apresentam caráter conotativo e popular.
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Abandonar o navio: desistir.
Abotoar o paletó: morrer.
Abrir o coração: desabafar.
Abrir o jogo: revelar alguma coisa.
Acertar na mosca: adivinhar.
A cobra vai fumar: vai haver uma bagunça ou briga.
Agarrar com unhas e dentes: tomar posse de algo.
Amigo da onça: indivíduo falso.
Andar na linha: agir muito corretamente.
Andar nas nuvens: ficar distraído.
Armar um barraco: criar uma confusão.
Arrancar os cabelos: ficar muito estressado(a).
Arrastar as asas: mostrar interesse amoroso por alguém.
Arregaçar as mangas: se preparar para fazer um trabalho.
Arrumar sarna pra se coçar: se envolver em algo que vai gerar problema.
A vaca foi pro brejo: alguém teve algum prejuízo ou fracasso.
Bater as botas: morrer.
Bater na mesma tecla: insistir no mesmo assunto.
Boca de siri: guardar um segredo.
Botar a boca no trombone: revelar o segredo de alguém.
Botar a mão na massa: trabalhar em algo.
Briga de cachorro grande: disputa entre pessoas poderosas.
Buscar chifre em cabeça de cavalo: buscar problema onde não há.
Buscar pelo em ovo: procurar problema onde não há.
Cair a ficha: entender.
Cara de pau: pessoa sem vergonha.
Chutar o balde: desistir.
Chutar o pau da barraca: perder a paciência.
Coisa sem pé nem cabeça: algo bastante confuso.
Colocar a mão no fogo: confiar em alguém.
Colocar as cartas na mesa: ser sincero.
Colocar o carro na frente dos bois: tomar atitude precipitada.
Comprar gato por lebre: ser enganado(a) em uma compra.
Custar os olhos da cara: ser muito caro.
Cutucar a onça com vara curta: agir perigosamente, buscar problema.
Dar a cara a tapa: encarar um desafio.
Dar a volta por cima: superar uma situação difícil.
Dar com a língua nos dentes: contar ou revelar algo.
Dar com o nariz na porta: não encontrar alguém em casa ou não ser recebido por alguém.
Dar o braço a torcer: reconhecer a própria debilidade.
Dar sopa: não se cuidar.
Dar uma mãozinha: auxiliar alguém.
Dar um fora: rejeitar alguém em questões amorosas.
Dar um gelo: afastar-se de alguém.
Dar zebra: algo saiu errado ou aconteceu algo imprevisto.
Deixar na mão: não ajudar quando se precisa.
Descascar o abacaxi: resolver um problema de difícil solução.
Dormir no ponto: perder uma chance.
Encher linguiça: falar ou escrever coisas desnecessárias, só para ocupar espaço.
Enfiar o pé na jaca: cometer um grande erro ou exagerar em algo.
Engolir sapo: suportar ofensa sem revidar.
Entrar numa fria: se envolver em algo ruim.
Entrar pelo cano: ser malsucedido em algo.
Entregar de bandeja: facilitar.
Esconder o leite: não mostrar as reais habilidades ou posses.
Estar com a cabeça nas nuvens: ficar distraído.
Estar com a corda toda: estar bem animado(a).
Estar com a faca e o queijo na mão: ter tudo a seu favor.
Estar com a pulga atrás da orelha: ficar desconfiado de alguma coisa.
Estar de mãos atadas: não poder fazer nada para solucionar um problema.
Falar pelos cotovelos: falar em excesso.
Fazer das tripas coração: se esforçar muito.
Fazer tempestade em copo d’água: reagir exageradamente.
Fazer uma vaquinha: juntar dinheiro com a colaboração de várias pessoas.
Fazer vista grossa: fingir que não viu, que não sabe.
Fechar o paletó: morrer.
Ficar ao deus dará: estar sem nenhum cuidado, atenção ou finalidade.
Ficar a ver navios: não conseguir o que se buscava.
Ficar com o pé atrás: se mostrar desconfiado(a), hesitante.
Ficar de mãos abanando: não ganhar nada.
Ficar que nem barata tonta: ficar sem saber o que fazer.
Jogar conversa fora: manter conversa sem conteúdo importante, só para passar o tempo.
Jogar um balde de água fria: desestimular.
Jogar verde pra colher maduro: em uma conversa, dizer coisas que levem o interlocutor a revelar alguma informação.
Lavar a égua: ser muito bem-sucedido em algo.
Lavar a roupa suja: ajustar as contas.
Lavar as mãos: se isentar da responsabilidade.
Levantar com o pé esquerdo: ter um mau dia.
Levar um banho de água fria: ser desestimulado.
Mala sem alça: pessoa incômoda.
Matar cachorro a grito: estar em situação difícil e disposto(a) a tomar medidas extremas.
Matar dois coelhos com uma cajadada só: resolver, de uma só vez, mais de um problema.
Meter o bedelho: se intrometer em um assunto.
Meter o dedo na ferida: tocar em um assunto delicado.
Meter o rabo entre as pernas: aceitar a derrota.
Meter os pés pelas mãos: cometer um erro.
Mudar da água para o vinho: mudar o comportamento drasticamente.
Nem que a vaca tussa: de forma alguma.
Pagar mico: passar vergonha.
Pagar o pato: receber punição em lugar de outra pessoa.
Passar a perna: enganar.
Passar desta para a melhor: morrer.
Pegar no pé: cobrar uma atitude ou mesmo assediar alguém.
Pendurar as chuteiras: se aposentar.
Perder a linha: ser mal-educado(a).
Picar a mula: ir embora de algum lugar.
Pintar o sete: fazer bagunça.
Pisar na bola: desapontar alguém.
Pôr as barbas de molho: ficar prevenido(a).
Procurar uma agulha no palheiro: buscar algo muito difícil de encontrar.
Provar do próprio veneno: experimentar o mal que causa aos outros.
Puxar saco: bajular.
Quebrar o galho: auxiliar em algo.
Riscar do mapa: eliminar.
Rodar a baiana: partir para a briga.
Sair melhor do que a encomenda: superar as expectativas.
Santo do pau oco: pessoa que se faz de boa.
Segurar vela: atrapalhar, com a presença, o namoro de alguém.
Ser bom de bico: ser convincente.
Ser o bode expiatório: ser punido em lugar de outras pessoas.
Ser salvo pelo gongo: escapar de uma situação estressante devido a um acontecimento imprevisto.
Soltar a franga: não se conter.
Soltar fogo pelas ventas: demonstrar raiva.
Ter o rei na barriga: alguém achar que é mais importante do que realmente é.
Tirar água do joelho: urinar.
Tirar de letra: conseguir com facilidade.
Tirar o cavalo da chuva: não se iludir, desistir de alguma coisa.
Tocar o bonde: seguir em frente.
Tomar banho de gato: se lavar parcialmente, de forma rápida.
Tomar chá de cadeira: ser forçado(a) a esperar muito tempo.
Trocar as bolas: se confundir em determinada situação.
Trocar o disco: mudar o assunto.
Uma mão lava a outra: um ajuda o outro.
Uma pedra no sapato: algo que incomoda.
Um negócio da China: um empreendimento lucrativo.
Vai pentear macaco: me deixa em paz, não se intrometa em meus assuntos.
Virar a casaca: mudar de lado em uma disputa.
Voltar à vaca fria: retornar a uma situação inicial.
Apesar de seu aspecto conotativo, as expressões idiomáticas têm um caráter mais popular, já que não há originalidade em seu uso. Afinal, essas expressões são repetidas o tempo todo em textos falados e escritos. Entre tantas possibilidades, elas servem para expressar:
Quando eu bater as botas, faça uma festa em minha memória.
Não suporto o Cristóvão, ele tem o rei na barriga e sempre nos olha com aquele ar superior.
Meu filho saiu melhor do que a encomenda, não tenho nada de que reclamar.
Estava na fila do banco quando o casal atrás de mim resolveu lavar a roupa suja em público.
Sheila meteu o dedo na ferida quando me perguntou por que meu namorado não estava comigo.
LEMLE, Miriam; PEDERNEIRA, Isabella Lopes. Expressões idiomáticas e ditados populares: a natureza dos saberes. Revista Linguística, Rio de Janeiro, v. 16, nov. 2020.
ROSA, Marília Galvão; RIVA, Huélinton Cassiano. Batendo um bolão: estudo das expressões idiomáticas do léxico do futebol. Mediação, Pires do Rio, v. 11, n. 1, p. 166-177, jan./ dez. 2016.