O canibalismo é a prática de se alimentar de indivíduos da mesma espécie. Na Biologia, é entendida como uma prática vinculada a hábitos alimentares e pode ser praticada por seres humanos. Entretanto, os principais casos de canibalismo entre humanos são classificados como antropofagia.
A antropofagia, diferentemente do conceito de canibalismo, é entendida como o consumo de carne humana dentro de um contexto ritual e religioso. Com isso, não é uma prática realizada por hábitos alimentares. No Brasil, os principais casos de antropofagia foram realizados pelos tupinambás, povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro no século XVI.
Saiba mais: Canibalismo — uma relação ecológica estudada pela Biologia
Tópicos deste artigo
Resumo sobre o canibalismo
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O canibalismo é um termo usado para definir a prática de indivíduos se alimentarem de outros indivíduos da mesma espécie.
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O canibalismo pode ser praticado por seres humanos, embora seja frequentemente associado com a antropofagia.
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A antropofagia se refere ao consumo de carne humana dentro de um ritual religioso.
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Alguns povos indígenas do Brasil realizavam rituais antropofágicos no século XVI.
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Estima-se que o canibalismo tenha surgido cerca de 800 mil anos atrás.
O que é canibalismo?
O canibalismo é um termo da Biologia que é utilizado para referir-se à prática de alguns animais se alimentarem de seres pertencentes à mesma espécie. Esse termo é mais comumente aplicado para mencionar essa prática na natureza e tem uma relação direta com hábitos alimentares visando à sobrevivência e à eliminação de indivíduos mais fracos.
Entretanto, o canibalismo é uma ação que também pode ser praticada por seres humanos. Em geral, os casos de canibalismo entre seres humanos são considerados antropofagia (entenderemos a diferença neste texto), mas alguns casos registrados foram motivados por emergências relacionadas com a sobrevivência e também com crimes, sendo que os autores muitas vezes são diagnosticados com transtornos mentais.
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Lugares em que o canibalismo é aceito
Do ponto de vista jurídico, o canibalismo pode não ser considerado um crime em diversos países, embora não seja uma prática socialmente aceita. Entretanto, casos de canibalismo foram identificados em diversos locais do planeta, sendo que alguns dos locais conhecidos por casos de canibalismo são:
Outros locais do planeta também presenciaram casos de canibalismo, como a Rússia, Argentina, Alemanha, Estados Unidos, entre outros.
Canibalismo no Brasil
Era uma prática de poucos povos indígenas, sendo o dos tupinambás o caso mais conhecido. Os tupinambás e suas práticas antropofágicas ficaram conhecidos por causa do relato dos colonizadores, em especial com o relato de um alemão chamado Hans Staden. Ele foi prisioneiro dos tupinambás durante nove meses no século XVI foi ameaçado de ser morto e devorado. Eventualmente, foi libertado e retornou para a Europa.
Outro europeu que relatou práticas antropofágicas dos povos indígenas foi o pirata inglês Anthony Knivet. Ele esteve no Brasil no final do século XVI, conhecendo alguns dos hábitos dos tupinambás e registrando-os em um livro.
Ao longo do tempo, também foram registrados casos de antropofagia na Amazônia, mas também casos de canibalismo fora de um ritual religioso. Um caso simbólico é o dos “canibais de Garanhuns”, em que três pessoas mataram uma mulher e usaram sua carne no recheio de salgados que vendiam em Garanhuns, cidade do interior do Pernambuco.
Canibalismo e antropofagia
Como já citado, a palavra canibalismo tem uma relação maior com a Biologia e a prática alimentar de alguns seres de consumir indivíduos da mesma espécie. Quando falamos de canibalismo humano, o termo comumente adequado é antropofagia, uma palavra originária do idioma grego.
Antropofagia é uma palavra que vem de anthropo, que significa “homem”, e phagia, que significa “comer”. Sua tradução é, portanto, “comer o ser humano”, uma referência à prática de alimentar-se de carne humana. A grande questão é que a antropofagia é um termo usado para referir-se à prática no contexto de um ritual religioso ou de guerra.
Esse ritual era parte importante da cultura e da cosmologia dos povos que praticavam a antropofagia, porque os indígenas pensavam que o hábito de consumir a carne de seu prisioneiro, em geral um rival, daria a eles a possibilidade de adquirir as suas qualidades. Com isso, os indígenas pensavam que consumir a carne humana permitiria a eles absorver a força, inteligência e outras habilidades de sua vítima.
A prática, então, não tinha relação com uma necessidade de consumo da carne para atender a uma necessidade física, mas atendia a crenças religiosas desses povos. É importante pontuar que o fato de alguns povos indígenas praticarem a antropofagia foi utilizado como justificativa pelos europeus para escravizar e cometer diversas violências contra os indígenas em geral.
Leia também: Antropologia — ramo das ciências humanas que estuda o ser humano, sua formação e cultura
Casos famosos de canibalismo
Ao longo da história, diferentes práticas de canibalismo e de antropofagia aconteceram e foram registradas. Neste texto já mencionamos alguns casos, mas vale relembrar outros. No Brasil, os casos mais lembrados sempre são os dos índios tupinambás, que devoravam suas vítimas em rituais antropofágicos.
Mencionamos os casos de Hans Staden e Anthony Knivet, dois europeus que estiveram no Brasil no século XVI, conviveram com os indígenas e documentaram, com muitos preconceitos, as práticas desses povos. Houve até um caso simbólico de um português que foi devorado pelos tupinambás. Tratava-se de Francisco Pereira Coutinho, donatário da Capitania da Baía de Todos os Santos. Outros casos famosos na história foram:
Origem do canibalismo
Os historiadores não sabem ao certo quando o canibalismo se estabeleceu como prática entre os seres humanos, mas algumas estimativas apontam que ele surgiu cerca de 800 mil anos atrás. Essas hipóteses foram levantadas por meio de resquícios arqueológicos que apontam a existência de ossos humanos cortados e roídos.
Os especialistas não sabem por que isso de fato se iniciou, mas o canibalismo não teria sido um hábito consolidado por necessidade, mas porque determinados grupos humanos decidiram consumir a carne humana por escolha própria.