Alfred Nobel foi um famoso cientista e empresário sueco do século XIX. Seu nome ficou marcado na história por ter sido o inventor da dinamite, explosivo de grande poder destrutivo, e também o responsável pela criação do Prêmio Nobel, um prêmio dedicado a homenagear pessoas que realizam grandes ações em benefício da humanidade.
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Primeiros anos
Alfred Nobel nasceu em Estocolmo, Suécia, no dia 21 de outubro de 1833. Foi o terceiro de oito filhos do casal Immanuel Nobel e Karolina Andriette Nobel. Entretanto, a extrema pobreza que vivia a família fez com que somente ele e outros três irmãos (Emil, Robert e Ludvig) sobrevivessem à infância. O pai dele era um inventor e engenheiro, e o interesse científico de Nobel veio de observar seu pai trabalhando.
Para tentar melhorar de vida, Immanuel Nobel decidiu se mudar para a Rússia e se estabelecer em São Petersburgo. Lá ele conseguiu prosperar como fabricante de máquinas e de explosivos, e sua empresa teve boa saúde financeira, sobretudo nos anos da Guerra da Crimeia (1853-1856). Com o sucesso do negócio, Immanuel levou toda a sua família para a Rússia.
Alfred frequentou a escola em Estocolmo (por pouquíssimo tempo) e, na Rússia, teve acesso a bons tutores, conseguindo ampliar os seus conhecimentos em química e em diversos idiomas. Ele falava sueco, russo, inglês, francês e alemão fluentemente e aproveitou-se do período de boa condição financeira de sua família para investir nos seus estudos.
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Interesse pela química
Em 1850, ele foi para Paris trabalhar em um laboratório de química junto de Jules Pélouze e Ascanio Sobrero. O cientista italiano (Ascanio Sobrero), por sinal, era o inventor da nitroglicerina, composto que Nobel já tinha conhecimento da existência desde o período em que tinha aulas de química na Rússia.
A nitroglicerina é uma substância produzida pela mistura de glicerina, ácido nítrico e ácido sulfúrico, altamente explosiva e que pode causar acidentes graves com mudanças repentinas de temperatura e até movimentos bruscos. Nobel dedicou boa parte da sua vida estudando essa substância com o objetivo de torná-la mais manuseável.
Os estudos com a nitroglicerina continuaram, e Alfred decidiu voltar à Suécia e produzir a substância lá. Em 1863, ele patenteou a sua primeira invenção: um detonador. Foi a primeira de centenas de patentes realizadas por ele e abriu o caminho para o seu enriquecimento.
Invenção da dinamite
Em 1864, Alfred Nobel enfrentou um grande revés. Ele produzia nitroglicerina na cidade de Estocolmo, mas um acidente na sua fábrica levou à morte de seu irmão, Emil, e de outras quatro pessoas. A prefeitura da cidade não permitiu que ele continuasse produzindo a substância lá e, só em 1867, Nobel conseguiu encontrar a solução para a instabilidade da nitroglicerina.
Nobel misturou a nitroglicerina com diatomito, uma solução inerte com grande capacidade de absorção. Essa mistura deu certo, e o resultado foi um explosivo mais estável, que foi patenteado e nomeado por ele de dinamite, em referência à palavra grega dynamis, que significa “poder”. A invenção da dinamite e a posse da patente desse explosivo garantiram o enriquecimento de Nobel.
O novo explosivo, assim como os detonadores criados por ele, passaram a ser produtos fundamentais nas mineradoras e empresas que construíam estradas de ferro. Isso permitiu a Nobel abrir fábricas por vários lugares da Europa, fazendo dele um homem milionário.
Expansão dos negócios
Nobel continuou procurando maneiras de produzir explosivos mais poderosos e desses estudos saiu a nitroglicerina gelatinizada. Ele também inventou um propelente — conhecido como ballistite — que se somou à gama de produtos fabricados pelas fábricas de Nobel instaladas nos Estados Unidos e na Europa.
Quando já era um empresário bem-sucedido, Nobel decidiu investir na construção de uma refinaria em Baku, no Azerbaijão. Isso aconteceu depois que um de seus irmãos encontrou petróleo na região. A refinaria de petróleo financiada por Nobel se tornou uma das maiores do mundo no século XIX. Outras atividades realizadas por ele foram a produção de borracha e couro sintéticos e de seda artificial.
Últimos Anos
Alfred Nobel foi um homem bem-sucedido, mas esse sucesso financeiro não se repetiu em outras áreas de sua vida. Ele nunca se casou, mas os biógrafos dele contam um episódio em que Nobel se apaixonou pela sua governanta, a austríaca Bertha Felicie Sophie Gräfin Kinsky von Wchinitz und Tettau.
Ela trabalhou para Nobel por poucas semanas, abandonando o serviço para se casar com Arthur von Suttner. A partir daí ela ficou conhecida como Bertha von Suttner, e seu nome ficou gravado na história como uma das principais pacifistas do mundo no final do século XIX e começo do XX. Muitos acreditam que as posições pacifistas dela tiveram grande peso nas opiniões de Nobel.
Os feitos de Nobel lhe renderam muitas homenagens, tanto na Suécia quanto fora dela. Na Suécia, por exemplo, ele foi homenageado pela Academia Sueca de Ciências e tornou-se membro da mesma instituição em 1884.
Morou em diversos lugares, como Estocolmo, São Petersburgo e Hamburgo, mas grande parte de sua vida foi vivida em Paris. Nobel teve casa na capital francesa de 1873 a 1891, mas foi expulso do país sob a acusação de ter feito espionagem industrial em benefício do governo italiano. Os últimos anos de sua vida, viveu em San Remo, Itália, local onde faleceu no dia 10 de dezembro de 1896, com 63 anos.
Prêmio Nobel
Um ano antes de sua morte, Nobel refez o seu testamento, deixando instruções que marcaram a história. No final de sua vida, Nobel era dono de 355 patentes e tinha mais de 90 fábricas, sendo dono de uma enorme fortuna. Ele enriqueceu produzindo armamentos, mas decidiu deixar suas posses para criar uma instituição que promovesse a paz.
A ideia era usar o dinheiro para premiar pessoas que realizassem contribuições significativas para a humanidade. Essa decisão ficou descrita no testamento dele, assinado em 27 de novembro de 1895. Nascia assim o Prêmio Nobel.
Os parentes de Nobel não gostaram da ideia de ver a fortuna ser usada para essa finalidade. Só depois de quatro anos, o Prêmio Nobel de fato começou a acontecer. Uma das premiadas pelo Nobel foi a mencionada Bertha von Suttner, ganhadora do Nobel da Paz em 1905.
Créditos das imagens
[2] jejim e Shutterstock