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Malcolm X: biografia, ativismo, luta racial nos EUA

Malcolm Little, mais conhecido como Malcolm X, foi um ativista afro-americano que atuou em defesa dos direitos da comunidade afro-americana durante a era americana dos movimentos dos direitos civis (atuou nas décadas de 1950 e 1960). Pertenceu a uma organização afro-americana de orientação religiosa islâmica conhecida como Nação do Islã, pela qual atuou durante vários anos.

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Tópicos deste artigo

Nascimento e juventude

Malcolm X nasceu em Omaha, Nebraska, em 19 de maio de 1925, e seu nome de registro era Malcolm Little. Foi o quarto filho de seis que seu pai, Earl Little, e sua mãe, Louise Little, tiveram ao longo de suas vidas. O pai de Malcolm era um ativista bastante atuante no movimento em defesa dos direitos dos afro-americanos e pertencia à Universal Negro Improvement Association (Associação Universal pelo Progresso dos Negros, em uma tradução livre).

A família de Malcolm sofreu intensamente com a perseguição da Ku Klux Klan em razão da atuação de Earl Little no ativismo. Essa perseguição forçou a família de Malcolm a mudar de cidade duas vezes. Além disso, em 1929, a casa onde Malcolm e sua família morava foi incendiada sem que os bombeiros fizessem nada para impedir o incêndio.

A mãe de Louise nunca se recuperou do choque da morte de seu marido e foi encaminhada para uma clínica psiquiátrica (local onde permaneceu por 26 anos). Malcolm e seus irmãos foram encaminhados para uma casa de adoção na cidade de Lansing. Malcolm tinha 13 anos quando se mudou para a casa de adoção.

Durante o período em que esteve na casa de adoção, Malcolm destacou-se nos estudos, sendo considerado um ótimo aluno. No entanto, uma experiência na escola desanimou Malcolm dos estudos. Certo dia seu professor afirmou que Malcolm deveria ser realista e escolher a carreira de carpinteiro em vez de almejar ser um advogado.

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Crimes e prisão

Em 1946, foi sentenciado a 10 anos de prisão. Em boa parte desse período esteve preso em uma prisão localizada em Norfolk, Massachusetts. Nesse período, Malcolm passou a receber visitas constantes de seu irmão, Reginald Little. Seu irmão apresentou-lhe o Nação do Islã, uma organização que defendia os direitos afro-americanos e a formação de uma comunidade de negros separada dos brancos. Esse grupo era liderado por Elijah Muhammad.

Em 1953, Malcolm converteu-se ao Islã e aderiu ao grupo Nação do Islã. Pela sua entrada no grupo, seu sobrenome Little foi abandonado e substituído pelo “X”. Malcolm afirmava que isso aconteceu porque seu sobrenome havia sido dado à sua família durante o período da escravidão e, por isso, deveria ser abandonado.

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Malcolm X como ativista

Após sair da prisão, Malcolm X passou a atuar ativamente pelo Nação do Islã, sendo nomeado ministro de um templo do grupo no Harlem (bairro de Nova York). Além disso, Malcolm X tornou-se jornalista e passou a escrever constantemente artigos que defendiam a emancipação da sociedade afro-americana, principalmente no jornal que era veiculado pelo Nação do Islã.

A partir de 1959, a figura de Malcolm X ganhou notoriedade em todo os Estados Unidos a partir de um documentário produzido sobre movimentos de nacionalismo negro. A partir daí, as visões de Malcolm X como membro do Nação do Islã tornaram-se conhecidas. Em geral, Malcolm X defendia a resistência dos negros por “qualquer meio necessário”, inclusive a violência em caso de autodefesa.

O discurso de Malcolm X contra os brancos era ácido e gerou incômodo nos Estados Unidos. Os brancos temiam que as declarações de Malcolm X incentivassem revoltas em massa organizadas pelos afro-americanos. O temor concentrava-se, principalmente, porque Malcolm X argumentava que, se fosse necessária, a violência deveria ser utilizada para alcançar melhorias na vida dos negros.

Conhecido como um palestrante com excelente oratória, Malcolm X teve grande responsabilidade no crescimento exponencial que o Nação do Islã sofreu no período. No entanto, a defesa da utilização da violência gerava críticas dentro do próprio movimento, sobretudo daqueles que defendiam a utilização de métodos não violentos, como Martin Luther King Jr.

A partir da década de 1960, Malcolm X entrou em choque com a liderança do Nação do Islã. Os desentendimentos aconteceram por causa de críticas de Malcolm X a ações inapropriadas cometidas por Elijah Mohammad, líder do Nação do Islã, e pela má repercussão de declarações realizadas por Malcolm X após o assassinato do presidente americano John F. Kennedy.

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Anos finais de Malcolm X

Os desentendimentos de Malcolm X com a liderança do Nação do Islã fizeram Malcolm abandonar o grupo em 1964. Após isso, Malcolm X fundou sua própria organização religiosa, Muslim Mosque Inc (Associação da Mesquita Muçulmana). Essa organização atraiu muitos dos membros que haviam se filiado ao Nação do Islã.

Ainda em 1964, Malcolm X iniciou uma jornada religiosa na qual peregrinou para a cidade sagrada do Islã, Meca, na Arábia Saudita. Durante essa viagem, Malcolm X adotou um novo nome: El-Hajj Malik El-Shabazz. Além disso, ele viajou pelo continente africano e fundou uma organização pan-africana não religiosa que defendia os direitos humanos para todos os descendentes de africanos.

Após essas viagens, Malcolm X retornou aos Estados Unidos com algumas mudanças na sua ideologia. Passou a defender posturas menos radicais e parou de advogar pelo uso da violência para obtenção dos direitos sociais para os afro-americanos. No entanto, a nova fase de Malcolm X durou pouco tempo.

Durante uma palestra no Harlem, Nova York, no dia 21 de fevereiro de 1965, Malcolm X acabou sendo alvejado por mais de dez tiros. Os assassinos de Malcolm X supostamente eram membros do Nação do Islã, que haviam se tornado seus inimigos após os desentendimentos de Malcolm X com Elijah Mohammad. Encerrava-se a trajetória de um dos maiores nomes da luta dos afro-americanos pelos direitos civis nos EUA.

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